O prefeito de Sena Madureira, Mazinho Serafim (MDB), deixou o hospital Santa Juliana, em Rio Branco, nesta sexta-feira (27) após ser internado na UTI devido a um infarto que teve na última quarta (25) depois de uma discussão com o deputado do Progressistas Gehlen Diniz na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac).
Segundo a assessoria do gestor, o prefeito voltou para Sena Madureira.
Durante a sessão, o prefeito e o parlamentar trocaram acusações após Diniz denunciar o que chamou de “desmandos” na cidade do interior do Acre.
A equipe do gestor divulgou um vídeo dele ainda no hospital agradecendo a equipe médica que o atendeu.
“Quero agradecer a Deus esse momento. Os doutores estão dando minha alta para eu ir para casa descansar, doutor Vitor tem conversado muito comigo, do meu repouso”, destaca na gravação.
O médico citado pelo gestor diz que o prefeito teve uma excelente recuperação e que não ficou com nenhuma sequela, apesar do grave infarto sofrido. Mazinho fala que vai seguir as recomendações médicas e não se exaltar.
“Estou dizendo para o meu médico que preciso ir para Sena Madureira, que temos muita coisa para fazer, mas que vou trabalhar de forma moderada, não vou pegar sol, nem peso, porque a vida da gente é muito mais importante”, conclui.
Discussão na Aleac
O desentendimento começou durante pronunciamento do deputado, que usou seu tempo na tribuna para falar sobre uma denúncia relacionada a uma usina de asfalto que fica na cidade. Serafim, então, invadiu a sessão, começou a interromper a fala do parlamentar aos gritos e os dois começaram a bater boca.
Desde o início da semana, Diniz tem feito algumas denúncias contra o gestor da cidade de Sena Madureira.
“Na data de ontem [terça, 24] fiz diversas denúncias na tribuna da Aleac relacionadas aos desmandos que acontecem na Prefeitura de Sena Madureira. Hoje venho aqui reiterar, ratificar cada palavra, cada vírgula pronunciada aqui nesta tribuna. De ontem para hoje, já se passaram mais 24 horas, foram mais 24 horas que uma usina de asfalto, avaliada em R$ 3 milhões, pertencente ao município de Sena Madureira, dois rolos compactadores e uma máquina acabadora de asfalto estão nas mãos de particulares, um patrimônio de R$ 3 milhões pagando um aluguel de aproximadamente R$ 1 mil por dia. O cidadão que faz uma coisa dessas é um criminoso, tinha que estar preso, não é digno de ser prefeito de uma cidade”, disse o parlamentar.
Neste momento, o prefeito começa a gritar na tribuna e o deputado pede para que o presidente da Casa o deixe continuar seu pronunciamento. “Você é um pilantra, você não tem coragem de vir até aqui, você não tem moral”, grita o gestor municipal.
Serafim começa a ser contido, momento em que Antonio Pedro, deputado que presidia a sessão, suspende o pronunciamento e o prefeito começa a ser retirado do plenário.
Enquanto a sessão está suspensa, o deputado ainda pede que a segurança da Casa retire o prefeito do local. Enquanto isso, Mazinho diz que o deputado precisa respeitar a mulher dele.
“Tem que tá preso, criminoso. Tem que ser retirado, vai bagunçar na sua casa. Você pensa que tenho medo do senhor, não tenho medo não, rapaz. Tem que ser retirado esse vagabundo.Segurança! Estou no meu trabalho, sou deputado estadual. Se não retirar eu vou lá, eu vou acertar o pé do ouvido desse vagabundo, eu tô falando. Ou retira ou eu vou lá. Sou deputado estadual e esse rapaz veio tumultuar. Está no regimento interno, está tumultuando a sessão”, diz o deputado enquanto é acalmado por outros parlamentares.
Contido por outros por outros deputados, Serafim ainda berra contra o parlamentar. “Palhaço, corno, corno. Você é um corno.”
Após a confusão, a sessão retorna e o parlamentar continua a fazer denúncias contra o prefeito. Ao retomar sua fala, o deputado diz que o presidente da sessão não seguiu o regimento.
“Vejam que espetáculo deplorável, que show de horrores foi descrito na Aleac, no plenário. Um cidadão sem nenhuma educação que não respeita ninguém, veio aqui para tumultuar e fazer bagunça. Pensa que com gritos, que com intimidação vai conseguir me calar. Não vai. Inclusive, senhores, não tenho medo, mas se algo acontecer comigo, já sabem quem é o mandante.”
Após o ocorrido, Gehlen disse que o prefeito de Sena Madureira deveria ter saído da Aleac algemado.
“Ele cometeu um crime, veio no lugar de trabalho de um deputado desacatou um deputado e saiu andando, foi embora, mas, daqui a pouco eu vou prestar depoimento na delegacia prestar uma notícia crime pelo crime de desacato. Um cidadão totalmente destemperado e agressivo. Se você faz uma denúncia e a denúncia não é verdadeira, então o caminho é processar o autor. Só que fiz diversas denúncias, todas verdadeiras e ele não aguenta críticas. Infelizmente, Sena Madureira tem que conviver com esse tipo de gente por mais dois anos”, disse.
Sobre as denúncias e acusações, a assessoria do prefeito informou que neste momento estão todos focados na recuperação do gestor e que posteriormente deve divulgar nota sobre tudo o que foi falado pelo deputado.
Vídeo:
*** Informações com G1
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