A Secretaria de Saúde de Pernambuco investiga cinco casos de Síndrome de Haff, conhecida como doença da urina preta, após duas irmãs serem internadas com sintomas da doença no dia 18 deste mês, em hospital do Recife. As irmãs apresentaram sintomas após o consumo de peixe da espécie arabaiana, também conhecida como olho-de-boi, comum na região. A doença causa falta de ar, dormência, perda de força muscular e urina da cor de café, daí o nome popular da síndrome. Conforme a pasta, os casos são raros e não há restrição para o consumo de peixes no Estado.
De acordo com o relato de familiares, a empresária Flávia Andrade, de 36 anos, e sua irmã, a médica veterinária Pryscila Andrade, de 31, almoçaram com a mãe, o filho de Flávia, de 4 anos, e duas secretárias. Comeram o peixe adquirido em peixaria da zona sul do Recife. No almoço preparado em casa, só a mãe delas, a empresária Betânia Andrade, não consumiu a arabaiana. Horas depois, o corpo de Pryscila enrijeceu e ela, sem conseguir se movimentar, acabou caindo. A veterinária foi levada ao Real Hospital Português, na área central da capital, e permaneceu internada.
Com o agravamento dos sintomas, ela foi transferida para a UTI. Flávia passou por exames e, com o diagnóstico da síndrome, também foi internada, mas já recebeu alta. Ela se recupera em casa. O filho de Flávia e as duas secretárias também apresentaram sintomas leves da intoxicação. Conforme a pasta estadual,de 2017 e 2021 foram registrados 15 casos no Estado, sendo dez confirmados por critério clínico epidemiológico (quatro em 2017 e seis em 2020) e cinco (de 2021) ainda em investigação. Houve casos também no Ceará e na Bahia. A doença de Haff é caracterizada pela presença de toxina biológica presente em pescados.
Após a notificação, a pasta estadual orientou sobre a investigação epidemiológica de todos aqueles que consumiram o alimento, assim como a coleta de amostras para análise no Laboratório Central de Saúde Pública de Pernambuco (Lacen-PE). Segundo a secretaria, a rede de atenção e vigilância está alerta para a notificação de novos casos suspeitos. A Agência Pernambucana de Vigilância Sanitária (Apevisa) informou que, no momento, não há nenhuma restrição para o consumo de peixes e crustáceos no Estado.
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