O que era para ser uma noite de amor terminou com boletim de ocorrência e um alerta inusitado para donos de motéis no Cariri: verifique se o cliente tem coração… e também saldo em conta.
Na madrugada da última segunda-feira (1º), um casal homoafetivo resolveu viver intensamente a paixão e escolheu um tradicional motel de Assaré, no interior do Ceará, como cenário para esse episódio de novela mexicana. Entraram discretamente, curtiram a noite como manda o figurino — suíte, cama redonda, espelho no teto e, quem sabe, champanhe de procedência duvidosa. Tudo caminhava bem, até o momento de enfrentar o temido vilão: o boleto.
Na manhã seguinte, ao serem convidados a encerrar a estadia, o casal protagonizou o que pode ser considerado um clássico do gênero "romance falido": não tinham como pagar. Não foi por falta de argumento. Segundo o gerente do estabelecimento, as duas alegaram que não possuíam dinheiro, pix, cartão, nem mesmo um fiador emocional. Só restou a saída de emergência: chamar a polícia.
Levadas até a delegacia de Assaré, ambas confessaram o feito com uma tranquilidade de dar inveja. Uma delas, inclusive, já seria “conhecida da casa” — essa não foi a primeira vez que deixou um motel na saudade e no prejuízo.
O caso foi registrado como "insolvência fraudulenta de despesas", uma infração prevista no artigo 176 do Código Penal, aquele que pune quem consome sem intenção de pagar. Em termos práticos: entraram como amantes e saíram como rés.
Apesar da ocorrência, ninguém foi preso. Apenas assinaram um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) e foram liberadas — talvez para planejar um novo encontro, desta vez com orçamento.
A lição que fica? O amor pode até ser cego, mas a conta do motel enxerga tudinho.
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