Vereador é afastado por suspeita de oferecer R$ 150 mil para opositor mudar de lado no Ceará

 

Ele afirmou que foi surpreendido pelos mandados de busca e apreensão e afirmou que está sendo 'vítima de uma farsa política'.

O pedido de afastamento foi feito pelo Ministério Público Eleitoral do Ceará (MPCE) após o vazamento de áudios que falavam das tratativas para comprar o apoio do vereador opositor, identificado como Damião Aureliano Ferreira de Sousa. Conforme a denúncia, o pagamento dos R$ 150 mil seria feito em espécie.

Além disso, conforme o MP, foi constatado que o presidente da Casa Legislativa apresentou uma “evolução patrimonial incompatível com a declaração de bens entregue à Justiça Eleitoral”. O Ministério Público solicitou que Dindo Araújo fosse afastado da presidência da Câmara municipal por 90 dias, pediu a quebra de sigilo fiscal e bancário e o cumprimento de dois mandados de busca e apreensão contra o parlamentar. Os pedidos foram acatados pela Justiça.

“A gente sabe que vereadores em Nova Olinda e em cidades pequenas têm remuneração de 4 mil a 6 mil reais, e o oferecimento de quantia de 150 mil para um líder de oposição levanta fortes suspeitas. Tanto é que essas fortes suspeitas, aliadas a outros elementos como a evolução patrimonial do investigado, levou o Ministério Público a requerer esses pedidos, deferidos pela Justiça Eleitoral”, explicou o promotor Ariel Alves, responsável pela operação.

Os mandados de busca e apreensão foram cumpridos na casa de Dindo Araújo e na Câmara. Conforme o promotor Ariel Alves, durante a busca a Polícia Civil apreendeu celulares, cheques e uma quantia em dinheiro. Segundo o Ministério Público, a oferta de dinheiro em troca de apoio político, assim como a omissão de patrimônio, podem configurar indícios de abuso de poder econômico e possíveis crimes e ilícitos eleitorais, o que poderia levar inclusive à cassação do mandato.

Em nota, o vereador Dindo Araújo afirmou que foi surpreendido pelos mandados de busca e apreensão e afirmou que está sendo “vítima de uma farsa política”.

“Na diligência, fui tratado respeitosamente pelos agentes e contribuí com o trabalho dos mesmos, pois encaro de maneira tranquila essa denúncia partida unicamente de um áudio. Ao final, nada foi achado, reforçando tratar-se de denúncia infundada”, escreveu o vereador. “Me mantenho firme na minha campanha e vou seguir para a minha reeleição”.

Fonte: A voz de Santa Quitéria

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