Elmano disse ter determinado ao secretário da Segurança Pública “rigorosa apuração deste lamentável episódio” e que a “Polícia Militar foi acionada e imediatamente e controlou a situação no local”.
A vítima morta durante a desocupação foi identificada como Mayane Lima, de 28 anos. Conforme moradores da região, ela trabalhava como vendedora. “Mayane era uma mãe guerreira, era uma boa filha, a coluna da casa dela. A Mayane morreu com um tiro no peito”, confirmou o líder comunitário Rafael Pequiá, ouvido pela reportagem da Verdinha FM nesta manhã.
De acordo com a Secretaria de Segurança Pública (SSPDS), a desocupação teria sido iniciada por seguranças contratados pela empresa privada dona do terreno. Em nota, a Fiotex afirma que é proprietária do terreno e “adotou as medidas para cessar a demarcação ilegal”.
Investigações
Os suspeitos foram ouvidos no 34º Distrito Policial, mas investigações serão transferidas para o 1º DP, “unidade que dará prosseguimento às investigações para identificar o envolvimento dessas pessoas nos crimes, bem como elucidar os fatos”, conforme a SSPDS.
A morte de Mayane desencadeou uma série de ataques nos arredores da Avenida Presidente Castelo Branco (Leste-Oeste) logo nas primeiras horas desta terça. Diversos estabelecimentos comerciais da região foram fechados por conta de manifestações da população.
Sobre o homicídio, a Pasta afirma que “as circunstâncias da morte estão sendo investigadas pelo Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP)”. A vítima, de acordo com a Secretaria, “deu entrada em uma unidade de saúde do bairro Pirambu (AIS 8) lesionada com disparos de arma de fogo. A vítima não resistiu aos ferimentos e foi a óbito”.
Ataque de ônibus
Nas manifestações populares em protesto pela morte, um ônibus foi apedrejado na Avenida Leste-Oeste.
Segundo o motorista do coletivo, o ataque se iniciou às 5h20. “Nas proximidades da Escola Nossa Senhora Das Graças, tinha de 20 a 30 pessoas vindo. A gritaria começou, e a minha atitude foi desviar”, disse ele em entrevista à TV Verdes Mares.
O ônibus, então, foi desviado para a avenida Filomeno Gomes e o veículo foi parado na Escola de Aprendizes-marinheiros do Ceará. Alguns passageiros foram atingidos por estilhaços de vidro das janelas quebradas, mas apenas ferimentos superficiais foram relatados.
Em nota, a Empresa de Transporte Urbano de Fortaleza (Etufor) informou que três ônibus foram atacados. “Dois veículos da linha 092 foram apedrejados e o outro da linha 114 foi alvo de uma tentativa frustrada de incêndio. Não houve vítimas graves”, disse.
Devido aos ataques, “as linhas que trafegam nas avenidas Leste Oeste e Francisco Sá deixarão de circular durante o turno da manhã”.
Em nota oficial, a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) afirmou que a ação foi conduzida por seguranças contratados pela empresa privada. Confira o posicionamento abaixo:
A Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) informa que equipes da Polícia Militar do Ceará (PMCE) e do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Ceará (CBMCE) foram acionadas, nesta terça-feira (10), para atenderem a uma ocorrência no bairro Carlito Pamplona – Área Integrada de Segurança 8 (AIS 8) de Fortaleza. Conforme as primeiras informações, pessoas invadiram um terreno privado na região. Durante a desocupação que teria sido iniciada por seguranças contratados pela empresa privada, outros indivíduos colocaram fogo em entulhos e vegetação em vias do bairro. Os focos de incêndio foram controlados pelos Bombeiros. Dois ônibus também foram danificados.
Ainda conforme os levantamentos policiais, uma mulher, de 28 anos, deu entrada em uma unidade de saúde do bairro Pirambu (AIS 8) lesionada com disparos de arma de fogo. A vítima não resistiu aos ferimentos e foi a óbito. As circunstâncias da morte estão sendo investigadas pelo Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), que também esteve no local.
Durante as diligências, três pessoas foram identificadas por equipes da PMCE e foram ouvidas no 34º DP. As investigações serão transferidas para o 1º DP, unidade que dará prosseguimento às investigações para identificar o envolvimento dessas pessoas nos crimes, bem como elucidar os fatos.
Veja nota na íntegra da Fiotex
A Fiotex informa que, no final da tarde da última sexta-feira (6), foi oficiada pela Polícia Militar que seu terreno no bairro Carlito Pamplona estava sendo alvo de demarcação irregular. De imediato, ainda no mesmo dia, registrou um boletim de ocorrência no 34º Distrito Policial.
Na madrugada desta terça-feira (10), a empresa adotou as medidas para cessar a demarcação ilegal. Não havia moradores no terreno. A ação foi testemunhada por policiais militares e ocorreu de forma pacífica por quase duas horas.
A equipe foi surpreendida por agressores vindos de fora do terreno, arremessando pedras, ateando fogo e realizando disparos contra todos que se encontravam no local e seus arredores.
O trator utilizado na ação foi destruído e incendiado, e dois colaboradores ficaram feridos e levados para um hospital particular.
A Fiotex não compactua com atos de violência. A empresa está à disposição dos órgãos de segurança para colaborar com as investigações e se solidariza com a família da vendedora Mayane Lima e com todas as outras vítimas.
A empresa é proprietária do terreno há mais de 20 anos. O imóvel está registrado na matrícula 3507 do Cartório da terceira zona.
Fonte: Diário do Nordeste
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