Lei Maria da Penha: Ceará registra 10.292 casos de violência contra a mulher em 2024

 

Número representa um aumento significativo em relação ao ano anterior

No primeiro semestre de 2023, foram registrados 9.809 casos de violência contra mulheres no estado. Ao longo de todo o ano passado, o total de ocorrências chegou a 24.130. Em comparação, 2022 teve 19.407 registros.

Em Fortaleza, foram contabilizados 3.763 casos até o momento, com janeiro apresentando o maior número de ocorrências, totalizando 830. Na Região Metropolitana, foram registrados 1.597 casos, enquanto o interior norte do estado contabilizou 4.176.

O interior sul do Ceará foi a região com o maior número de casos de violência contra a mulher, registrando 6.980 ocorrências apenas nos primeiros seis meses de 2024.

De acordo com o SSPDS, a maioria dos casos ocorre aos domingos, representando 19,82% do total. Além disso, 35,8% das agressões acontecem no período da noite. As formas de violência incluem agressões físicas, psicológicas, sexuais, morais e patrimoniais, sendo a maioria dos casos perpetrados por parceiros ou ex-parceiros dentro do ambiente doméstico.

Lei Maria da Penha no Ceará

A Lei Maria da Penha, sancionada em 7 de agosto de 2006, aumentou a rigorosidade das penas contra crimes de violência doméstica. Nomeada em homenagem a Maria da Penha Maia, uma farmacêutica e bioquímica cearense que sofreu tentativas de homicídio pelo marido, a lei é um marco na proteção das mulheres.

Em maio de 1983, Maria da Penha foi baleada pelo marido e ficou paraplégica. Após 15 anos sem justiça, ela recorreu à Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), tornando-se o primeiro caso de violência doméstica apresentado ao órgão na América Latina. Em 2001, o Brasil foi condenado pela CIDH por negligência, omissão e tolerância em relação à violência doméstica. O agressor de Maria da Penha foi preso em 2002, quase duas décadas após o crime, e cumpriu dois anos de prisão.

A Lei Maria da Penha continua sendo uma ferramenta crucial na luta contra a violência doméstica no Brasil, mas os dados alarmantes do Ceará evidenciam a necessidade de ações mais eficazes e integradas para proteger as mulheres e combater essa realidade.

Fonte : GC Mais

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