Quatro municípios da região metropolitana de Fortaleza vão ser os primeiros na aplicação do imunizante.
A vacina contra a dengue começa a ser aplicada no Ceará no próximo dia 13 de maio. A informação foi compartilhada pelo governador do estado, Elmano de Freitas, nesta sexta-feira (26) — quando chegaram as primeiras doses no estado.
"As doses já chegaram ao Ceará e a aplicação da vacina contra a Dengue começará a partir do próximo dia 13 de maio. A data foi definida em acordo com os quatro municípios que receberão os imunizantes, conforme critérios do Ministério da Saúde", disse o governador. Os municípios são:
Fortaleza: (38.594 doses)
Aquiraz: (1.357 doses)
Eusébio: (1.410 doses)
Itaitinga: (1.017 doses)
As doses contemplam 25% do público-alvo de 10 a 14 anos. "O Brasil é o primeiro país no mundo a oferecer essa vacina no sistema público de saúde. A medida colabora para a redução do número de casos da doença. Mas os cuidados para evitar a proliferação do mosquito Aedes Aegypti devem continuar, eliminando água armazenada que pode se tornar possíveis criadouros", complementou Elmano.
Vacina contra a dengue no Ceará
A distribuição da vacina contra a dengue no Brasil teve início no mês de fevereiro, em meio a um recorde de casos da doença e de mortes em decorrência dela. Inicialmente, 16 estados e o Distrito Federal receberam o imunizante, mas o Ceará não estava entre os contemplados por conta da baixo número de casos de dengue no estado.
Agora, conforme o anúncio desta quinta-feira (25) do Ministério da Saúde, Ceará, Alagoas, Sergipe, Piauí, Mato Grosso e Rio Grande do Sul também vão receber o imunizante.
No dia 17 de abril, o Ministério da Saúde recomendou a ampliação da vacinação contra a dengue para o público de 4 a 59 anos nos municípios que tenham doses disponíveis, como mais uma forma de combater o cenário alarmante da doença.
De acordo com dados da Secretaria de Saúde do Ceará (Sesa), o estado tem ido na "contramão" do cenário nacional. De janeiro a abril, o Ceará teve apenas 2.641 casos de dengue confirmados e um óbito provocado pela doença.
Antonio Lima Neto, secretário Executivo de Vigilância em Saúde da Sesa, explicou quais fatores contribuem para esse cenário.
“O que tem acontecido, pelo menos nos últimos oito ou dez anos, é que a transmissão de dengue no Ceará (praticamente em todo o Nordeste) tem se mantido baixa em relação à série histórica”, comentou.
Ele disse que o cenário se tornou mais evidente após a pandemia de Covid-19, com vários casos de epidemias vistos no Centro-Sul do Brasil. Uma das causas prováveis é a expansão do mosquito Aedes aegypti para outros estados ligada ao aquecimento global.
“Durante muitos anos, estivemos solitários nessa situação. O Nordeste era onde praticamente se tinha exclusivamente epidemia de dengue; às vezes, com Rio de Janeiro ou Goiás”, lembrou o secretário.
Atualmente, os tipos 1 e 2 de dengue são os que estão em maior circulação. Ambos já causaram epidemias no Ceará, o que contribui para o baixo número de casos no estado, uma vez que a infecção causa, posteriormente, imunidade à pessoa infectada. O secretário, no entanto, disse que não se deve falar em imunidade de rebanho ou coletiva.
“Mas aqui tem uma fração maior da população que não pode ter a doença, em comparação com o resto do Brasil, porque a população já teve [a dengue desses tipos]”, explicou.
Via: G1CE
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