PF investiga desvios de R$217 milhões federais no governo petista do Piauí




A Polícia Federal deflagrou nesta sexta-feira (2) a Operação Aquarela, para apurar irregularidades em contratos de R$ 217 milhões firmados entre Secretaria de Estado da Educação (Seduc), do governo de Wellinton Dias (PT) e empresas prestadoras de serviços educacionais no Programa de Alfabetização de Jovens e Adultos (Proaja).

Cerca de 140 policiais federais e 7 auditores da Controladoria-Geral da União cumprem 42 mandados de busca e apreensão nos municípios de Alegrete/PI, Campo Maior/PI, Pedro II/PI, São João do Arraial/PI, Teresina/PI, Valença/PI e Timon/MA. Os mandados foram expedidos pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região.

De acordo com as investigações, realizadas em parceria com a Controladoria-Geral da União e o Tribunal de Contas do Estado do Piauí, em julho de 2021, a Secretaria de Estado de Educação do Piauí (Seduc/PI) lançou edital para seleção de instituições públicas e privadas, para a prestação de serviços educacionais a jovens e adultos no programa governamental denominado PRO AJA.

Para a execução dos serviços foram firmados sem licitação e através de “credenciamento” dezenas de contratos milionários entre a Seduc/PI e 52 empresas/instituições, custeados com recursos federais de precatórios do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb), que totalizam mais de R$ 217 milhões, em valores empenhados até 19 de agosto de 2022.

Constatou-se que empresas credenciadas pela Seduc não possuem em seu rol de atividades principais a prestação de serviços educacionais, bem como não detém capacidade financeira e operacional para desenvolver o objeto dos contratos, que implica na oferta de turmas em 223 municípios piauienses, de modo que, mesmo após o recebimento dos recursos, não ampliaram o número de funcionários empenhados em desenvolver as atividades pactuadas.

Por este motivo, as aulas de turmas que não ocupam salas de escolas públicas são realizadas em ambientes residenciais com estrutura física improvisada e inadequada, com o uso de material didático, quando ofertado, indevidamente adaptado ao grupo de alunos, cujo perfil é marcado pela pluralidade nos aspectos de idade, sexo, vivência, qualificação profissional e grau de escolaridade.

(Diário do Poder)

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