Aulas são suspensas e alunos voltam para casa em Fortaleza após supostas ameaças de criminosos


Alunos e pais ficaram assustados e tiveram que mudar a sua rotina, em Fortaleza, nesta terça-feira (30). Devido a supostas ameaças de criminosos, aulas foram suspensas no turno da manhã e estudantes tiveram que voltar para casa mais cedo. O policiamento foi reforçado nas regiões atingidas e as autoridades investigam o caso, segundo a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Ceará (SSPDS).

As supostas ameaças, espalhadas pelas redes sociais, dão conta de um conflito entre dois grupos criminosos (uma de origem cearense e a outra, carioca). Os criminosos prometeram invadir e atear fogo em escolas nos bairros Conjunto Ceará, Genibaú, São Miguel e Autran Nunes.

Para garantir a segurança, algumas instituições de ensino decidiram liberar os estudantes do turno da manhã e entraram em contato com os pais para irem buscá-los. Já em outras, os próprios pais, ao receberem as mensagens criminosas, tomaram a atitude de ir buscar os filhos.

A reportagem apurou com pais de alunos e comunidade escolar que as aulas foram prejudicadas em ao menos três instituições de ensino público no turno da manhã: as escolas de Ensino Fundamental e Médio José Leopoldino da Silva Filho e Doutor Gentil Barreira; e a Escola Municipal de Tempo Integral Professor Prisco Bezerra, todas no bairro Conjunto Ceará.

Pais também foram buscar os filhos em uma creche particular no bairro Autran Nunes e em um colégio particular do São Miguel.

A Secretaria da Educação do Estado (Seduc) confirmou, através da Superintendência das Escolas Estaduais de Fortaleza (Sefor), que "a gestão escolar liberou os alunos a pedido dos pais. Não haverá prejuízos para a aprendizagem dos estudantes. Os conteúdos serão repostos. As aulas serão retomadas no turno da tarde".

Na tarde desta terça-feira (30), a Seduc acrescentou que "as aulas nas escolas estaduais estão sendo ofertadas. Não houve identificação de casos de violência nesses ambientes. A Polícia foi comunicada a respeito dos boatos. Os pais e responsáveis que solicitam liberação dos alunos são atendidos".

"Começamos a receber mensagens no celular, nas redes sociais, vendo que estavam invadindo as escolas. A minha filha entrou em contato comigo e disse que todas as crianças estavam indo embora. Fui na escola, os diretores disseram que se a gente não se sentisse seguro para deixar a criança na escola, que os pais chegassem para buscar. Então eu trouxe minha filha", contou uma dona de casa (identidade preservada), mãe de uma criança que estuda em um colégio do Conjunto Ceará.

Um motoqueiro teve que sair do trabalho para ir buscar a filha, enquanto a esposa ia buscar o enteado dele, em instituições de ensino diferentes. "Todos os colégios estão tendo que recuar, por causa das ameaças. É um desrespeito muito grande. Eu queria saber cadê as autoridades? Porque uma criança está sendo prejudicada porque uma facção rival tá ameaçando tacar fogo", questiona.


[ATUALIZAÇÃO ÀS 17H56]

Após publicação da matéria, a Secretaria Municipal de Educação de Fortaleza (SME) se posicionou por nota alegando que as escolas da Rede Municipal de Ensino, localizadas nos bairros Conjunto Ceará, Autran Nunes e Genibaú, funcionaram normalmente nesta terça-feira: "No entanto, em decorrência de mensagens falsas divulgadas nas comunidades, alguns pais buscaram os filhos mais cedo"

"Neste contexto, a SME ressalta, ainda, que repudia qualquer tipo de mensagens falsas que façam apologia ao crime e que as equipes das unidades de ensino estão à disposição para apoiar e prestar os esclarecimentos necessários à comunidade escolar", conforme a SME.


POLICIAMENTO É REFORÇADO NA REGIÃO

A Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social afirmou, em nota, que o Comando para Prevenção e Apoio às Comunidades (Copac), da Polícia Militar do Ceará (PMCE), foi acionado, na manhã desta terça-feira (30), após suposta denúncia acerca de possíveis mensagens de apologia ao crime, direcionadas a uma instituição de ensino, no bairro Conjunto Ceará.

No local, nenhuma ação criminosa foi identificada, mas o caso é acompanhado pelas Forças de Segurança, inclusive com o objetivo de identificar as origens das mensagens. A SSPDS ressalta que passar trote é crime previsto no Código Penal Brasileiro, com pena de um a três anos, além de multa (Artigo 266 do Código Penal)."
SSPDS

Em nota

Segundo a Pasta, o policiamento foi reforçado na região por composições do Policiamento Ostensivo Geral (POG), do Comando de Policiamento de Rondas e Ações Intensivas e Ostensivas (CPRaio) e do Comando de Policiamento de Choque (CPChoque) da PMCE.

(Diário do Nordeste)

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