Crise sem fim: Após três semanas no cargo, ministra da Economia da Argentina oferece renúncia ao presidente Alberto Fernandez que decide criar "superministério"



A ministra da Economia argentina, Silvina Bataki, ofereceu sua renúncia ao presidente Alberto Fernandez nesta quinta-feira (28) depois de apenas algumas semanas no cargo, informou a mídia local.

Bataki foi nomeada por Fernandez no dia 3 deste mês após a renúncia abrupta do ministro de longa data Martin Guzmán em meio a crises e tensões. , Ela é economista e oficial do governo argentino.

Nesta quinta, o banco central da Argentina elevou sua taxa básica de juros em 8 pontos percentuais, para 60%, marcando a sétima alta neste ano.

A taxa referencial Leliq para o prazo de 28 dias foi fixada em 60%, de 52% anteriormente, com analistas esperando que a inflação argentina possa ultrapassar os 80% em 2022.

Troca na Economia e criação de superministério

O presidente da Argentina, Alberto Fernández, decidiu nesta quinta-feira (28) unificar os Ministérios da Economia, Desenvolvimento Produtivo e Agricultura, Pecuária e Pescas. O “superministério” ficará a cargo de Sergio Massa, atual presidente da Câmara dos Deputados.

“O presidente Alberto Fernández decidiu reorganizar as áreas econômicas de seu gabinete para um melhor funcionamento, coordenação e gestão”, disse um comunicado da presidência argentina.

Sergio Massa anunciou que a atual ministra da Economia, Silvina Batakis, continuará no governo, mas não especificou em que cargo. Ela chegou a oferecer ao presidente argentino o pedido de renúncia, mas Fernández não aceitou.

O novo ministro disse que vai nomear nesta 6ª feira (29.jul) os novos cargos da gestão. A troca foi realizada 24 dias depois de Silvina Batakis assumir a pasta. Massa é deputado da Frente de Todos, partido do presidente. Foi chefe de gabinete de Cristina Kirchnner de 2008 a 2009, substituindo justamente Alberto Fernandez. Voltou ao partido em 2019, quando foi eleito pela província de Buenos Aires à Câmara. Assume o cargo em um momento de crise econômica do país. Em 14 de julho, a Argentina registrou uma inflação de 64% no acumulado de 12 meses até junho e 5,3% no mês.

Protestos

Milhares de manifestantes argentinos se reuniram nas ruas da capital Buenos Aires neta 5ª feira (28.jul.2022) para reivindicar um salário básico universal, a universalização de programas sociais e um encontro com a ministra da Economia, Silvina Batakis. O protesto foi organizado por grupos de esquerda como a Unidad Piquetera, o MTE (Movimento dos Trabalhadores Excluídos) e a CTA (Central de Trabalhadores da Argentina) de Buenos Aires. Começou às 10h em vários pontos da cidade.

Alguns manifestantes se reuniram em frente aos Ministérios do Desenvolvimento Social, Trabalho e Justiça. Outros se concentraram no Obelisco, monumento histórico da capital. Por volta das 13h30, os manifestarem se dirigiram a Praça de Maio, no centro de Buenos Aires. Eles exigem um salário universal para auxiliar os mais vulneráveis de 20.000 pesos (aproximadamente R$ 795,20, na cotação desta 5ª feira). Também querem um aumento no salário mínimo de aposentados para 100.000 pesos (cerca de R$ 3.976,00).

Poder 360

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