Dois adolescentes indígenas, feridos em confronto com o Batalhão de Choque na Fazenda Borda da Mata, em Amambai, continuam internados no Hospital Regional de Ponta Porã. Um deles, conforme o defensor o defensor público Lucas Pimentel, do NUPIIR (Núcleo Institucional de Promoção e Defesa dos Povos Indígenas e da Igualdade Racial e Étnica), que coordenou a assistência aos guarani-kaiowá envolvidos no conflito, um deles, um garoto de 13 anos, está em UTI (Unidade de Tratamento Intensivo).
Ele é o menino que aparece em foto, divulgada pelos indígenas na sexta-feira (24), com as vísceras expostas. Como as informações eram muito desencontradas desde então, chegou-se a cogitar a possibilidade do garoto estar morto. Por enquanto, porém, a única morte confirmada é de Vito Fernandes, de 42 anos, que está sendo sepultado na tarde desta segunda-feira (27).
De acordo com o Hospital Regional de Ponta Porã, o garoto, ferido no abdômen por disparou de arma de fogo, teve lesão no fígado, mas está fora de perigo, embora permaneça em observação em UTI.
O outro adolescente, de 17 anos, foi atingido por tiro na perna direita e também está fora de perigo, mas continuará internado porque precisa passar por cirurgia.
Além dos meninos, outros dois adolescentes e três adultos da comunidade guarani-kaiowá precisaram de atendimento médico após o confronto. Três policiais do Batalhão de Choque também ficaram feridos. Todos, com exceção dos dois adolescentes que estão em Ponta Porã, já tiveram alta.
O confronto – Dois conflitos entre indígenas e policiais militares foram registrados em Mato Grosso do Sul na sexta-feira (24) e aconteceram um dia depois do protesto nacional contra o marco temporal. Em Mato Grosso do Sul, os guarani-kaiowá ocuparam duas áreas nas cidades de Naviraí e Amambai, distantes 359 km e 351 km de Campo Grande, respectivamente.
Em Amambai, o conflito foi na fazenda Borda da Mata, chamada pelos guarani de “Território de Guapo’y”, terminou na morte de Vito Fernandes, além dos vários feridos. O defensor público Lucas Pimentel e o Cimi (Conselho Indigenista Missionário) falam que dezenas de indígenas deixaram de procurar hospitais ao saberem que os feridos levados para o pronto-socorro estavam recebendo voz de prisão.
Ainda conforme a gerente, no momento em que ela registrou o boletim de ocorrência, no dia 23, o imóvel rural estava ocupado por cerca de 30 indígenas, que, segundo ela, vandalizaram o local e causaram dano no interior da fazenda.
Em entrevista coletiva na sexta-feira (24), o secretário Antônio Carlos Videira disse que havia informação de que o gerente da propriedade rural havia sido expulso de casa, sob violência e que estavam ocorrendo roubos na área. Por isso, o Batalhão de Choque foi enviado. “Não foi reintegração de posse”, disse o secretário.
O Cimi contesta a informação, alegando que o Estado usurpou a competência da PF (Polícia Federal), sabendo se tratar de ocupação envolvendo indígenas
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*** Informações com Campo Grande News
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