Em reunião realizada na tarde desta sexta-feira, 29, o Comitê de Enfrentamento à Pandemia de Covid-19 do Ceará decidiu manter a obrigatoriedade do passaporte de vacinação no Estado. Com isso, o comprovante continuará sendo exigido para ingresso em locais como bares, restaurantes, estádios de futebol, hotéis e clubes sociais. De acordo com a governadora Izolda Cela, a medida tem como base as orientações científicas dos especialistas em saúde que integram o Comitê.

Mesmo com a manutenção da regra, houve uma flexibilização em relação à exigência do número de doses da vacina. A partir de agora, será necessário comprovar apenas duas aplicações. Antes, o passaporte só era considerado válido se constasse as três doses do imunizante. O POVO questionou a Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) sobre os critérios que embasaram essa mudança e aguarda o envio das informações.

Apesar do relaxamento em relação ao número de doses, a governadora voltou a pedir maior adesão à aplicação de reforço da vacina. “Nossos especialistas em saúde seguem reforçando a importância dos cearenses tomarem a dose de reforço, para maior proteção de toda a população. Juntos, estamos conseguindo superar essa pandemia”, escreveu Izolda em publicação nas redes sociais, logo após a reunião do Comitê.

Conforme o Vacinômetro, da Sesa, cerca de 4,2 milhões de doses de reforço da vacina contra a Covid-19 foram aplicadas no Ceará até a última atualização da plataforma, na quinta-feira, 28. O número corresponde a pouco mais de 45% da população total do Estado, que chega a 9,2 milhões de habitantes, conforme a última estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), feita em 2021.

A baixa adesão à terceira dose preocupa as autoridades desde o começo do ano. O ex-governador Camilo Santana, por exemplo, havia afirmado em março deste, pouco antes de renunciar ao cargo, que a flexibilização para o uso de máscaras em locais fechados só ocorreria quando o Estado alcançasse 70% de cobertura da dose de reforço. O gesto foi uma tentativa de incentivar a população a procurar os postos de vacinação.

Apesar da projeção de Camilo, que deixou o cargo no dia 2 de abril, a sua sucessora, Izolda Cela, optou por desobrigar o item de proteção facial no último dia 14. A medida, conforme a governadora, foi orientada pelos especialistas em saúde membros do Comitê estadual. Com a nova flexibilização, que altera o número de doses do passaporte vacinal, o desafio de aumentar a cobertura da terceira dose no Estado pode ficar ainda maior.

Já em relação à primeira e segunda doses, o quadro é um pouco mais confortável. Segundo o Vacinômetro, são cerca de 7,9 milhões de cearenses vacinados com a D1, ou 85% da população, e 7,5 milhões imunizados com pelo menos duas doses, correspondente a 81% do total de habitantes do Estado.

Fonte O Povo