Família vende casa para pagar cirurgia do filho após esperar na fila da rede pública no DF

 

A família de um jovem, de 23 anos, vendeu a casa, no Distrito Federal, para pagar por uma cirurgia ortopédica em um hospital particular de Brasília. Lukas Amorim caiu de uma escada, perto da Rodoviária do Plano Piloto, enquanto fugia de um assalto, e fraturou o fêmur e o ombro.

Desde o dia 15 de abril, ele estava internado no Hospital de Base, onde recebeu o primeiro atendimento. Segundo a família, por conta da demora para a realização da cirurgia, a perna de Lukas “já tinha começado um processo de enrijecimento dos ossos que estavam desalinhados”.

“Aguardando 14 dias, eu não tava aguentando mais ver meu filho nesse sofrimento e resolvi vender minha casa, pra poder pagar essa cirurgia na rede privada”, diz Cristiano Dias Amorim, pai do paciente.

Nesta quinta-feira (28), Lukas foi operado em um hospital particular, em Águas Claras. Conforme a família, os custos ficaram em torno de R$ 30 mil.

Em nota, o Instituto de Gestão Estratégica de Saúde (Iges-DF), que é responsável pelo Hospital de Base (HBDF), informou que há cerca de 84 pacientes esperando por uma cirurgia ortopédica no hospital.

“O número de pacientes que aguardam na fila da cirurgia de urgência advém da alta demanda direcionada ao HBDF. É importante esclarecer que praticamente todos os hospitais da rede SES possuem serviços de ortopedia em suas emergências, o que reforça essa tese de demanda direcionada”, diz o Iges-DF.

De acordo com o pai de Lukas, Cristiano Dias Amorim, a situação das pessoas no Hospital de Base é “precária e triste”. Segundo o Iges, em 2021 o Hospital de Base realizou 1.849 cirurgias ortopédicas e, até março de 2022, foram 389 procedimentos.

A tentativa de assalto contra Lukas

Os homens que assaltaram Lukas, no dia 15 de abril ainda não foram encontrados. A Polícia Civil (PCDF) diz que as investigações estão em andamento, mas sem atualizações.

O porta-voz da Polícia Militar (PMDF), major Michello Bueno, aponta que a corporação tenta reforçar a segurança na região. “O maior problema que a gente encontra, além da grande circulação de pessoas, são questões sociais que atrapalham muito o serviço da PM. Atrai traficantes, usuários e criminosos. A PM prende e a reincidência é muito grande, com criminosos com extensa ficha criminal, que a PM tem que refazer o trabalho”, explica.

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