A agressão teria ocorrido após o término do evento com os líderes das principais nações do planeta. Bolsonaro conversava com apoiadores próximo da embaixada brasileira, no centro de Roma, quando foi questionado pelo repórter sobre a ausência do chefe de Estado brasileiro nas reuniões pela parte da manhã.
“Presidente, presidente. O cara tá empurrando, gente. Presidente, por que o senhor não foi de manhã no encontro do G20?”, questionou Monteiro. “É a Globo? Você não tem vergonha na cara”, rebateu Bolsonaro. “Oi, presidente, por que o senhor não foi de manhã nos eventos do G20?”, insistiu o jornalista, e o político afirmou: “Vocês não têm vergonha na cara, rapaz”.
Os atos de violência física ocorreram em seguida. Além de Monteiro, profissionais do UOL e da Folha de São Paulo também foram intimidados durante a cobertura da passagem de Bolsonaro pelo G20.
Jamil Chade, colunista do UOL, gravou a violência contra os colegas na tentativa de identificar o agressor, mas teve o seu celular levado por um dos policiais durante a confusão. “Violência da polícia italiana e brasileira contra os jornalistas que acompanham Bolsonaro pelas ruas de Roma”, escreveu o correspondente no Twitter ao publicar o vídeo com as agressões. Confira:
Violência da polícia italiana e brasileira contra os jornalistas que acompanham Bolsonaro pelas ruas de Roma. Equipes agredidas, meu celular levado por um dos policiais e muita confusão. pic.twitter.com/edYo7Xb1WV
— Jamil Chade (@JamilChade) October 31, 2021
Em um editorial publicado após os ocorridos, a Globo condenou as atitudes do presidente e do segurança contra Monteiro. Confira o posicionamento da emissora, na íntegra:
A Globo condena de forma veemente a agressão ao seu correspondente Leonardo Monteiro e a outros colegas em Roma e exige uma apuração completa de responsabilidades.
Quem contratou os seguranças? Quem deu a eles a orientação para afastar jornalistas com o uso da força? Os responsáveis serão punidos? A Globo está buscando informações sobre os procedimentos necessários para solicitar uma investigação às autoridades italianas.
No momento, ficam o repúdio enfático, a irrestrita solidariedade a Leonardo Monteiro e demais colegas jornalistas de outros veículos e uma constatação: é a retórica beligerante do presidente Jair Bolsonaro contra jornalistas que está na raiz desse tipo de ataque.
Essa retórica não impedirá o trabalho legítimo da imprensa. Perguntas continuarão a ser feitas, os atos do presidente continuarão a ser acompanhados e registrados. É o dever do jornalismo profissional. Mas essa retórica pode ter consequências ainda mais graves. E o responsável será o presidente.
*** Informações com Notícias da TV
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