A Prefeitura de Acaraú publicou notas de pesar sobre o falecimento da professora da rede municipal Maria de Jesus Veríssimo, de 47 anos; e da filha dela, a enfermeira Kelry Veríssimo, de 24 anos. As duas foram vítimas de feminicídio. O ex-companheiro de Kelry invadiu a residência da família e a esfaqueou. A mãe, dona Maria de Jesus, tentou impedir a morte da filha, mas também foi lesionada e morreu. O pai de Kelry interviu para defender as duas, saiu ferido, mas sobreviveu.
A tragédia familiar aconteceu na zona rural de Acaraú e causou tristeza entre os moradores da região. Nas redes sociais, amigos e parentes lamentaram: "Minha amiga de faculdade, sempre de bem com a vida. Não consigo acreditar em tamanha brutalidade com alguém de coração enorme. Deus receba você e sua mãe", comentou uma amiga de Kelry.
Muitos alunos e professores também lamentaram a morte da professora Maria Veríssimo: "Lamentável. Uma guerreira. Trabalhei sete anos com ela. Sempre foi uma mulher exemplar. Meus sentimentos a família e amigos", relatou.
De acordo com a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social, o ex-companheiro, de 29 anos, foi preso em flagrante pela Polícia Militar do Ceará. Ele foi levado à Delegacia de Cruz, no Ceará, onde foi autuado por duplo feminicídio.
Segundo a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), 24 casos de feminicídio foram registrados no Ceará entre janeiro a outubro de 2021. Em 16 destes casos, houve a prisão dos suspeitos. Em 2020, também foram registrados 24 casos de feminicídio, no período dos 10 primeiros meses. Nesse intervalo, 13 suspeitos foram detidos.
No Ceará funcionam as Delegacias de Defesa da Mulher (DDMs), existentes nos municípios de Fortaleza, Pacatuba, Caucaia, Maracanaú, Crato, Iguatu, Juazeiro do Norte, Icó, Sobral e Quixadá. As unidades são coordenadas pelo Departamento de Polícia Judiciária de Proteção aos Grupos Vulneráveis (DPJGV) da PC-CE.
"Além disso, a Polícia Militar do Ceará (PMCE), por meio do Batalhão de Policiamento de Prevenção Especializada (BPEsp), atua nos casos com um protocolo específico, que consiste em ações de repressão, acompanhamento e escuta das vítimas, realizadas por agentes de segurança com uma formação diferenciada para o serviço".
(O Povo)
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