O mundo está em risco de recessão, enfrentando inflação e até desabastecimento de produtos. Sequelas da pandemia, consequência do “fique em casa, economia a gente vê depois”. Chegou o depois com uma conta dolorosa. O Brasil, embora tenha desempenho melhor que o esperado na economia, também sofre as dores.
Bolsonaro é o menos culpado, mas é quem vai pagar a fatura. Seu governo manejou bem os princípios da economia, e atuou de forma a receber elogios até do FMI. Geração de emprego recorde. Pela primeira vez na pandemia, há mais gente ocupado do que não. No entanto, ainda há cerca de 14 milhões a busca de emprego.
Durante a pandemia, muita gente que vivia na informalidade ou no empreendedorismo do pequeno negócio, viu sua renda definhar. E voltou a procurar emprego, aumentando a fila de quem busca estabilidade, o próprio sustento e o de sua família. Alta dos combustíveis, ainda ontem o diesel subiu mais uma vez, retroalimenta a inflação, devastando a economia doméstica.
Não adianta mostrar que é consequência da conjuntura internacional, nem apontar que outros países estão com problemas mais graves, até de desabastecimento. Seja na Europa, seja nos trópicos. O choro dos argentinos, em situação muito pior, não diminui o pranto de quem disputa ossos e restos de carne no Brasil.
Tudo será cobrado do governo, e o mau humor do povo já se reflete nas pesquisas de opinião. É pouco o espaço de manobra, mas algumas alternativas estão sendo pensadas, com o apoio do Congresso. Serve para o povo, serve para o governo a fala de Bolsonaro: “Nada é tão ruim que não possa piorar”.
Fonte: Luciano Clever / Sistema Paraíso
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