Suzane von Richthofen, condenada a 39 anos de prisão pela morte dos pais, começou a frequentar as aulas de Biomedicina, em uma faculdade em Taubaté, no interior de São Paulo, na quarta-feira (29). As informações são do G1.
Ela conseguiu autorização da Justiça para cursar o Ensino Superior e foi até a instituição acompanhada da advogada.
De acordo com a Secretaria de Administração Penitenciária (SAP), Suzane será monitorada por uma tornozeleira eletrônica. A ida à faculdade foi por meios particulares.
Na ocasião, ela estava com uma camisa florida e um visual diferente da saída temporária que fez em setembro deste ano, com o cabelo mais curto.
Acompanhada de mais um advogado, fez a identificação biométrica na catraca e entrou na universidade, indo embora em um carro por volta das 21h50.
Também segundo a SAP, "as medidas de prevenção ao contágio de Covid-19 serão tomadas na Penitenciária Feminina I Santa Maria Eufrásia Pelletier de Tremembé, onde ela cumpre pena".
REGIME SEMIABERTO
Suzane von Richthofen atualmente cumpre pena em regime semiaberto na P1 de Tremembé (SP), e conseguiu ingressar no Ensino Superior ao obter nota no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
A faculdade Anhanguera foi procurada pela reportagem à época que a Justiça concedeu a autorização e respondeu que:
"Trata diretamente com seus alunos, caso necessário, eventuais ações a respeito de sua frequência e desempenho escolar, pois trata-se de assunto de cunho particular. A instituição ressalta que a matrícula da aluna foi autorizada pela Justiça e esclarece que oferece a todos tratamento igual, conforme determina a legislação brasileira".
O Ministério Púbico emitiu parecer contrário, alegando não haver como garantir a segurança da detenta. Porém, conforme a Justiça, ela preenche todos os requisitos para que tivesse os estudos autorizados.
HISTÓRICO
Suzane integra a lista dos 263 presos de presídios do Vale do Paraíba aprovados no Enem com a nota mínima para concorrer às vagas diretamente nas faculdades ou por programas desenvolvidos pelo Governo Federal para incentivo estudantil.
Em 2015, ela teve a progressão do regime fechado para o semiaberto e desde então tem direito a saídas temporárias. A detenta também pode deixar a P1 para trabalhar ou estudar, desde que tenha autorização da Justiça.
TENTATIVAS FRUSTRADAS
Nos últimos anos, Suzane quer iniciar um curso, mas não consegue. Em 2020, ela foi aprovada para em Gestão de Turismo, no Instituto Federal de Campos do Jordão (SP).
Ela se fez a matrícula, mas não foi para as aulas por não ter sido autorizada pela Justiça para deixar a P1, em Tremembé.
Já em 2017, foi passou em Administração em uma instituição católica em Taubaté. Para pagar as mensalidades, ela se inscreveu no Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), e foi contemplada. Mesmo assim, não concluiu a matrícula.
Um ano antes, recebeu autorização para cursar outra graduação. À época, queria Administração em uma universidade particular.
Por medo de ser assediada fora da P1, solicitou à Justiça para fazer o curso de forma online. Contudo, por falta de recursos tecnológicos e aparato na unidade prisional, o pedido foi negado.
(DN)
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