Gás de cozinha a R$ 112 no Ceará equivale a 29,86% do auxílio emergencial

 


Está cada vez mais difícil para as famílias mais pobres sobreviverem no Brasil. Em altas sucessivas desde março, o preço do botijão de 13 kg do gás de cozinha chegou a R$ 112 no Ceará. Alta de R$ 2 em um intervalo de apenas sete dias, segundo levantamento da Agência Nacional de Petróleo (ANP). O valor do produto é equivalente a 29,86% da atual parcela do auxílio emergencial que pode chegar a R$ 375 por mês.

No Ceará, mais de 2 milhões de pessoas contam com a renda do benefício. O problema é que além do valor ser menor do que o auxílio pago em 2020, de R$ 600 em média, com a disparada da inflação, esse público está tendo que fazer um malabarismo cada vez maior para garantir itens essenciais para a sua sobrevivência. Para se ter uma ideia, o preço de um botijão de gás é quase o mesmo da menor faixa do benefício, de R$ 150 mensais, que é paga a 792,9 mil cearenses.

“Para quem sobrevive apenas da renda do auxílio emergencial, gastar um terço do valor apenas com gás de cozinha não dá mais. Provavelmente, são pessoas que já voltaram a usar o fogão a lenha. Mas mesmo para quem recebe um salário mínimo, o impacto de 10% do salário com apenas um item é muita coisa”, afirmou o pesquisador da área de finanças pessoais e comportamentais da Universidade Federal do Ceará (UFC), Érico Veras Marques.

De acordo com levantamento da ANP, realizado entre os dias 19 a 25 deste mês, em 117 pontos de venda, o preço médio do gás liquefeito de petróleo (GLP) ao consumidor é de R$ 101,69, no Ceará. Mas pode ser encontrado com valores entre R$ 89 e R$ 112.

Na semana imediatamente anterior, esses valores eram, respectivamente, de R$ 101,41, R$ 89 e R$ 110. Essa alta de até R$ 2 no preço máximo foi encontrada no município cearense de Sobral. Lá também é onde o preço médio para o item está mais caro (R$ 105,33).

Mas, das 12 cidades cearenses pesquisadas pela ANP, apenas em duas o botijão de 13 kgs ainda não ultrapassou a faixa dos R$ 100. É em Quixadá, onde os preços vão até R$ 95, e em Itapipoca, com máxima de R$ 98.

Em Fortaleza, o preço médio do produto na semana encerrada no dia 25 estava em R$ 100,72, podendo ser encontrado com valores entre R$ 89 e R$ 110.

O preço máximo de R$ 112 encontrado nos pontos de vendas cearenses perde apenas para os valores de comercialização no Piauí e no Rio Grande do Norte, os mais caros do Nordeste, onde o botijão de 13 kg pode chegar a R$ 115.

Os reajustes estão ocorrendo mesmo sem a Petrobras aumentar o preço do produto nas suas refinarias desde o início de julho. A elevação de preço se deve a um aumento de 7% feito pelas distribuidoras por causa do dissídio salarial da categoria em setembro.

A última baixa mais significativa no preço médio do gás de cozinha ao consumidor foi na passagem da semana do dia 14 de março com a do dia 21 do mesmo mês, quando a média do preço de revenda caiu de R$ 89,22 para R$ 81,27.

Desde então, foram sucessivas altas que levam a um encarecimento de 25% do preço médio do produto, em relação à primeira semana de janeiro, quando o botijão de 13kg do gás de cozinha custava, em média, R$ 81,33. São mais de R$ 20 de diferença no preço do produto em nove meses.

Na prévia da inflação de setembro, medida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o gás de cozinha foi um dos itens que mais pesou para o aumento do indicador. Alta de 24,1% no ano.

Está atrás apenas do aumento dos preços dos combustíveis 29,7%, do fubá de milho (27,87%), do café (26,47%) e do frango em pedaços (24,51%). Itens que também têm relevância na cesta de consumo das famílias mais pobres.

Essa situação tem elevado o risco de insegurança alimentar entre os mais pobres, explica Érico Veras Marques. Isso porque o orçamento das famílias de renda menor já é praticamente todo consumido com subsistência, como alimentação e moradia.

“São famílias que já não têm mais muito o que cortar. A proteína já saiu do cardápio há mais tempo e mesmo os alimentos de menor valor nutricional estão ficando mais caros. Esse empobrecimento da população está levando a uma perda acentuada da qualidade de vida.”

Informações: O PovoEstá cada vez mais difícil para as famílias mais pobres sobreviverem no Brasil. Em altas sucessivas desde março, o preço do botijão de 13 kg do gás de cozinha chegou a R$ 112 no Ceará. Alta de R$ 2 em um intervalo de apenas sete dias, segundo levantamento da Agência Nacional de Petróleo (ANP). O valor do produto é equivalente a 29,86% da atual parcela do auxílio emergencial que pode chegar a R$ 375 por mês.

No Ceará, mais de 2 milhões de pessoas contam com a renda do benefício. O problema é que além do valor ser menor do que o auxílio pago em 2020, de R$ 600 em média, com a disparada da inflação, esse público está tendo que fazer um malabarismo cada vez maior para garantir itens essenciais para a sua sobrevivência. Para se ter uma ideia, o preço de um botijão de gás é quase o mesmo da menor faixa do benefício, de R$ 150 mensais, que é paga a 792,9 mil cearenses.

“Para quem sobrevive apenas da renda do auxílio emergencial, gastar um terço do valor apenas com gás de cozinha não dá mais. Provavelmente, são pessoas que já voltaram a usar o fogão a lenha. Mas mesmo para quem recebe um salário mínimo, o impacto de 10% do salário com apenas um item é muita coisa”, afirmou o pesquisador da área de finanças pessoais e comportamentais da Universidade Federal do Ceará (UFC), Érico Veras Marques.

De acordo com levantamento da ANP, realizado entre os dias 19 a 25 deste mês, em 117 pontos de venda, o preço médio do gás liquefeito de petróleo (GLP) ao consumidor é de R$ 101,69, no Ceará. Mas pode ser encontrado com valores entre R$ 89 e R$ 112.

Na semana imediatamente anterior, esses valores eram, respectivamente, de R$ 101,41, R$ 89 e R$ 110. Essa alta de até R$ 2 no preço máximo foi encontrada no município cearense de Sobral. Lá também é onde o preço médio para o item está mais caro (R$ 105,33).

Mas, das 12 cidades cearenses pesquisadas pela ANP, apenas em duas o botijão de 13 kgs ainda não ultrapassou a faixa dos R$ 100. É em Quixadá, onde os preços vão até R$ 95, e em Itapipoca, com máxima de R$ 98.

Em Fortaleza, o preço médio do produto na semana encerrada no dia 25 estava em R$ 100,72, podendo ser encontrado com valores entre R$ 89 e R$ 110.

O preço máximo de R$ 112 encontrado nos pontos de vendas cearenses perde apenas para os valores de comercialização no Piauí e no Rio Grande do Norte, os mais caros do Nordeste, onde o botijão de 13 kg pode chegar a R$ 115.

Os reajustes estão ocorrendo mesmo sem a Petrobras aumentar o preço do produto nas suas refinarias desde o início de julho. A elevação de preço se deve a um aumento de 7% feito pelas distribuidoras por causa do dissídio salarial da categoria em setembro.

A última baixa mais significativa no preço médio do gás de cozinha ao consumidor foi na passagem da semana do dia 14 de março com a do dia 21 do mesmo mês, quando a média do preço de revenda caiu de R$ 89,22 para R$ 81,27.

Desde então, foram sucessivas altas que levam a um encarecimento de 25% do preço médio do produto, em relação à primeira semana de janeiro, quando o botijão de 13kg do gás de cozinha custava, em média, R$ 81,33. São mais de R$ 20 de diferença no preço do produto em nove meses.

Na prévia da inflação de setembro, medida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o gás de cozinha foi um dos itens que mais pesou para o aumento do indicador. Alta de 24,1% no ano.

Está atrás apenas do aumento dos preços dos combustíveis 29,7%, do fubá de milho (27,87%), do café (26,47%) e do frango em pedaços (24,51%). Itens que também têm relevância na cesta de consumo das famílias mais pobres.

Essa situação tem elevado o risco de insegurança alimentar entre os mais pobres, explica Érico Veras Marques. Isso porque o orçamento das famílias de renda menor já é praticamente todo consumido com subsistência, como alimentação e moradia.

“São famílias que já não têm mais muito o que cortar. A proteína já saiu do cardápio há mais tempo e mesmo os alimentos de menor valor nutricional estão ficando mais caros. Esse empobrecimento da população está levando a uma perda acentuada da qualidade de vida.”

Informações: O Povo

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