O presidente Jair Bolsonaro tem sido aconselhado a prorrogar o auxílio emergencial a vulneráveis, segundo apurou o Estadão/Broadcast. A extensão do benefício social se daria por meio de crédito extraordinário, fora do teto de gastos, a regra que limita o avanço das despesas à inflação. A equipe econômica, porém, não vê fundamento legal para uma nova rodada do auxílio e já avisou que não assina uma medida como essa.
A discussão sobre a prorrogação do auxílio vem num momento em que Bolsonaro vê cair sua popularidade e crescerem as queixas da população diante do aumento de preços e desemprego elevado. A inflação acumula alta de 8,99% nos 12 meses até julho, alguns produtos da cesta básica registram aumentos de dois dígitos e a conta de luz deve ficar mais salgada nos próximos meses.
Um ministro reconheceu ao Estadão/Broadcast que a prorrogação do auxílio “pode ser um caminho”. Outro integrante do governo afirmou que há “desejos conflitantes”. Enquanto a equipe econômica não quer a extensão do auxílio, a ala política “quer os dois”, ou seja, tanto o auxílio emergencial quanto o Auxílio Brasil, novo programa que sucederá o Bolsa Família como política social permanente do governo. “Vamos ver quem vence a queda de braço”, disse a fonte.
A explicação nos bastidores para a defesa da nova rodada do auxílio emergencial é que o substituto do Bolsa Família é perene, mas não atende a todo público do benefício a vulneráveis. Recriado em abril, o auxílio emergencial de 2021 contempla 39 milhões de famílias elegíveis, enquanto o Auxílio Brasil deve alcançar cerca de 17 milhões.
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