Um estudante de Medicina Veterinária foi detido, na quinta-feira (29), após morder o focinho de um boi preso em um caminhão em Canindé, no interior do Ceará. As imagens foram feitas em uma fazenda e divulgadas em uma rede social do universitário, desativada após as imagens terem repercussão negativa.
Na gravação, o boi aparece sendo mordido pelo homem, que chega a sacudir a cabeça enquanto aplica o golpe contra o animal. Em seguida, o estudante segura e aperta o focinho do bicho, que muge com dor.
A Polícia Civil do Estado do Ceará (PC-CE) informou que o jovem foi conduzido à Delegacia Regional de Canindé, na qual ele foi ouvido e assinou um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) por maus-tratos contra o animal.
Além disso, conforme a Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), foi registrado Boletim de Ocorrência (B.O) na Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA), em Fortaleza, que será transferido para a Delegacia Regional de Canindé, que segue investigando o caso.
O Diário do Nordeste tentou contatar o denunciado, Francisco Werter Cavalcante Carlos Junior, 24 anos, por meio de rede social, mas não obteve resposta até a publicação desta matéria.
REPERCUSSÃO
A Faculdade Fatene, instituição em que o universitário estuda, posicionou-se acerca do caso. "A Fatene manifesta seu repúdio a todos os atos de violência e maus tratos a animais. Denunciar é um ato de respeito à vida!", publicou a instituição.
"Em relação aos últimos casos noticiados nas redes sociais, a [Instituição de Ensino Superior] IES está tomando todas as providências para responsabilizar eventuais desvios éticos, reiterando seu compromisso social e institucional", complementou.
Nos comentários da postagem, diversos seguidores — inclusive médicos veterinários — questionaram a ação do estudante, a qual foi classificada como "inadmissível", e pediram, em massa, expulsão de Francisco Werter.
"Esse ser não pode se tornar veterinário, pois essa profissão existe para cuidar e aliviar a dor dos animais e não pra causar sofrimento a eles", argumentou uma usuária. "É inaceitável formar um colega de profissão desse nível, expulsão já!", destacou um profissional da área.
Em perfil em outra rede social, o universitário se apresenta como dono de um canil focado em cães da raça pitbull e adestrador.
ESFORÇOS PARA PUNIÇÃO
De acordo com Stefani Rodrigues, ativista da causa animal, o ato foi desumano. "Nós não vamos medir esforços para que esse caso seja de punição", frisa ela, acrescentando que está atuando na organização de manifesto nas redes sociais em prol da expulsão do estudante. "Esse aluno é uma vergonha para a categoria", salienta.
A ativista comunicou ter acionado o deputado estadual paulista Bruno Lima, que disponibilizou apoio jurídico para formalização de denúncia tanto na Polícia Civil do Ceará (PCCE) quanto na instituição de ensino. Ela pontuou que os advogados também pedirão guarda provisória do animal até que o processo seja finaliado.
Além disso, ainda segundo Stefani, será solicitado à Delegacia Regional de Canindé que veterinários possam fazer avaliação do bem-estar do boi, caso o animal ainda esteja vivo — para ela, o bicho sofre riscos de vida.
"Se esse animal foi abatido, ele vai responder pela morte do animal, por tratar-se de uma tortura, e fins jurídicos serão tomados", destacou, incluindo que a fazenda em que o fato ocorreu já foi localizada.
(Diário do Nordeste)
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