Afundado em 14 de abril de 1912, ao colidir com um iceberg no Atlântico Norte, o Titanic vai se desintegrar no fundo do mar. O transatlântico está sucumbindo lentamente às bactérias que se alimentam de metal. Esta semana, uma expedição submarina ao local, que mistura uma equipe de especialistas e turistas pagantes, vai acompanhar e documentar esse processo.
“O oceano está levando isso, e precisamos documentar antes que desapareça ou se torne irreconhecível”, disse à agência AP o presidente da OceanGate Expeditions, Stockton Rush, que desde o fim do ano passado vem oferecendo vagas nos navios que sairão do Canadá em direção ao local do naufrágio.
O transatlântico de 109 anos está sendo atingido por correntes do mar profundo e bactérias que consomem centenas de quilos de ferro por dia. Desde a descoberta do navio em 1985, o mastro dianteiro de 30 metros caiu. O ninho de corvo de onde um vigia avistou o iceberg desapareceu. E o convés de popa, onde os passageiros se aglomeravam enquanto o navio afundava, dobrou-se.
A empresa equipou o submersível de fibra de carbono e titânio com câmeras de alta definição e equipamento de sonar multifeixe. Mapear a decomposição pode ajudar os cientistas a prever o destino de outros naufrágios de alto mar, incluindo aqueles que afundaram durante as guerras mundiais. O OceanGate também planeja documentar a vida marinha do local, já que centenas de espécies foram vistas apenas nos destroços. Não há planos de remover nada de lá.
A expedição inclui arqueólogos e biólogos marinhos. Mas o OceanGate também está levando cerca de 40 pessoas que pagaram para fazer parte dela. Eles se revezarão na operação do equipamento de sonar e na execução de outras tarefas no submersível de cinco pessoas. Estão financiando a viagem com passagens de 100 mil dólares a 150 mil dólares cada. Mais barato do que pagar 28 milhões de dólares para ir ao espaço.
*** Informações com 👉 REVISTA VEJA
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