O Hospital de Campanha do Hospital Geral de Fortaleza (HGF) voltou a atender pacientes diagnosticados com a Covid-19 em meio ao aumento de casos da doença no Ceará, segundo a Secretaria da Saúde do Estado (Sesa). Neste sábado (28), a unidade apresenta quatro pessoas internadas devido ao coronavírus, contando com um total de 39 leitos destinados principalmente a casos de baixa e média complexidade de Covid-19.
O Ceará tem 299.290 casos confirmados da Covid-19, e 39.391 em investigação, segundo dados da plataforma IntegraSUS, da Sesa, atualizada neste sábado (28) às 11h35. Na última semana, a Região de Saúde de Fortaleza registrou 1.268 novos casos de Covid-19 entre os dias 15 a 21 de novembro (Semana Epidemiológica 47), o que corresponde a um aumento de 58%, em relação à semana anterior.
O hospital de campanha começou a receber pacientes no fim do mês de abril, mas, com a redução dos casos da Covid-19 ao longo dos meses, a unidade deixou de receber pacientes com a Covid e passou a ser usado no atendimento de pessoas com outras enfermidades.
Apesar da diminuição na quantidade de pacientes confirmados com a Covid-19, a Assessoria de Comunicação da Sesa acrescenta que o HGF nunca deixou de ter pacientes com a doença internados, mas eles eram atendidos na estrutura interna.
"Hoje no hospital de campanha do HGF são 39 leitos, sendo 4 de UTI. Neste momento, quatro pacientes Covid estão internados na unidade", aponta, em nota.
A Sesa acrescentou ainda que o hopital de campanha do HGF nunca chegou a ser desativado, pois, como a pandemia continua em curso, é necessário que as estruturas sejam mantidas.
O Sistema Verdes Mares solicitou mais detalhes sobre o retorno das internações no Hospital de Campanha do HGF, mas ainda não houve resposta.
Unidades
A Sesa também lembrou, em nota, que, durante a pandemia, foram criados sete hospital de campanha pela Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), sendo quatro somente em Fortaleza, no Hospital César Cals, Hospital Geral de Fortaleza, Hospital São José e Hospital de Messejana.
A Região Metropolitana de Fortaleza contou com um, no município de Caucaia, enquanto no interior, ficaram localizados em Quixeramobim, Hospital Regional do Sertão Central, e em Sobral, no Hospital Regional Norte. Assim como no HGF, nenhum hospital de campanha do Estado foi desativado.
Taxa de ocupação
Em junho e julho, o HGF apresentou taxa de ocupação nos leitos de respectivamente 75,22% e 79,88%. Esse percentual começou a aumentar em agosto, quando registrou 90,85%. Em setembro, também manteve a alta, com 91,97%, enquanto em outubro, apesar da diminuição, continuou apresentando número maior do que as taxas de junho, com 88,52%.
Considerando o cenário geral de Fortaleza, as internações em Unidades de Tratamento Intensivo (UTIs) da capital tiveram aumento de 81,4% entre outubro e novembro, segundo dados do IntegraSUS, colhidos na manhã da última sexta-feira (20).
No dia 19 de outubro, a Capital tinha 70 pacientes internados nas unidades de suporte avançado à vida, somando hospitais públicos e particulares. Um mês depois, em 19 de novembro, o número cresceu para 127.
Aumento de casos
O Ceará registra 299.290 casos confirmados da Covid-19 e 39.391 em investigação, segundo dados da plataforma IntegraSUS, da Sesa, atualizada neste sábado (28) às 11h35. Ao todo, 249.558 pacientes se recuperaram da doença, porém, 9.598 pessoas morreram em decorrência do novo coronavírus. O Estado também realizou mais de 1,1 milhão de exames.
Na última semana, a Região de Saúde de Fortaleza registrou 1.268 novos casos de Covid-19 entre os dias 15 a 21 de novembro (Semana Epidemiológica 47), o que corresponde a um aumento de 58%, em relação à semana anterior. Os dados concentram a capital, assim como os municípios de Aquiraz, Eusébio e Itaitinga, na Região Metropolitana.
Em relação aos resultados dos testes, Fortaleza apresentou alta positividade para detecção do novo coronavírus. Entre 18 e 25 de novembro, os resultados de amostras (RT-PCR) dos residentes da capital, analisadas pelos laboratórios da rede pública, demonstrou uma positividade de 28,5%.
No boletim epidemiológico de 13 de novembro, esse número registrou 12,2%, apresentando crescimento de 16,3% em comparação com a notificação passada.
De acordo com Anastácio Queiroz, professor da Universidade Federal do Ceará (UFC) e infectologista, o aumento no número de casos acontece por “termos uma grande parte da população que ainda não se infectou. E isso faz parte do ciclo da doença, como as coisas foram sendo reabertas e o fluxo de pessoas cresceu, consequentemente haverá mais pessoas infectadas, gerando essa demanda que que nós estamos vendo agora”.
No entanto, o infectologista acredita que a resposta não é fechar novamente estabelecimentos, pois segundo ele “isso não resolve a questão, porque você põe para o dia seguinte o que vai acontecer. É uma doença que nós vamos conviver com ela por muito tempo”. Para o médico, é necessário convencer as pessoas que os cuidados como distanciamento e uso de máscara são as principais formas de prevenir o contágio.
Anastácio ressalta ainda a necessidade do diagnóstico rápido, para que o tratamento seja realizado ainda no começo da doença, evitando assim a sobrecarga nos hospitais e que outras pessoas também sejam contaminadas.
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