Com uma estratégia bem-sucedida para enfrentar os reflexos da pandemia do novo coronavírus nos negócios, a Grendene conseguiu resultados positivos no terceiro trimestre do ano – um dos melhores da história da companhia, com crescimento de 9,5% da receita bruta, para R$ 772,8 milhões, e 22,6% no volume de pares embarcados, para 53 milhões.
O crescimento foi homogêneo entre marcas e canais, tendo o mercado doméstico liderado a retomada. “Esse bom desempenho é atrelado ao aquecimento da economia local; à flexibilização das medidas de distanciamento social, que permitiu a reabertura das lojas físicas –maior canal de vendas de calçados no Brasil e no mundo–; ao auxílio emergencial concedido pelo governo federal à população em vulnerabilidade socioeconômica; e, finalmente, à normalização da nossa produção”, analisa Alceu Demartini de Albuquerque, diretor de Relações com Investidores da companhia.
No mercado interno, houve incremento de 12,4% nas vendas brutas e de 23,4% no volume de pares comercializados em relação ao terceiro trimestre de 2019. No período, todos os canais apresentaram expansão, notadamente os indiretos e de autosserviço. Estes permaneceram com uma representatividade acima das suas participações históricas por conta da autorização para exercício de plena atividade durante todo o período de isolamento social e do fechamento e/ou restrições do comércio tradicional, ainda vigente em algumas regiões do país.
Em relação às exportações, os primeiros sinais de recuperação foram observados a partir de junho, em função da reabertura gradual do mercado em diversos países. O crescimento do volume de pares avançou 18,8%, ao passo que a receita bruta recuou 4,5% em relação ao mesmo período no ano passado. “O reestabelecimento dos mercados internacionais nos permitiu retomar os embarques, atendendo pedidos que haviam sido suspensos anteriormente, para reposição de mercadorias e para aquisição de produtos da nova coleção”, afirma Albuquerque.
A receita operacional líquida registrada pela Grendene atingiu R$ 630,8 milhões no terceiro trimestre deste ano, valor 8,3% superior ao mesmo período de 2019. O EBIT recorrente apresentou crescimento de 20,3%, chegando a R$ 134,0 milhões, com margem de 20,3%. Já o lucro líquido recorrente nestes três meses foi de R$ 117,9 milhões, queda de 8,2%.
A Grendene fechou setembro com caixa superior a R$ 2 bilhões, refletindo a geração de R$ 329,5 milhões de caixa operacional. No cenário de pandemia mundial, essa posição robusta garantiu à companhia atravessar este delicado momento com relativo conforto para cumprir seus compromissos e desenhar a estratégia para a retomada dos negócios.
Transformação Digital
Também no terceiro trimestre, o Bergamotta Works, laboratório de inovação da Grendene, apresentou seus primeiros projetos. Em parceria com a Melissa, o time do Bergamotta lançou, em 15 de setembro, o Hello Melissa, um clube de assinaturas com produtos exclusivos da marca.
No período, também foi iniciado o processo de internalização das lojas virtuais das marcas da Grendene no Brasil e no exterior. Já estão sob gestão da companhia o e-commerce de Zaxy (14 de agosto), da Melissa USA (15 de setembro) e da Rider Brasil (15 de outubro). A expectativa é concluir a migração de todas as marcas até o fim do primeiro trimestre de 2021.
Os reflexos da estratégia de internalização das lojas on-line já são colhidos. Desde o lançamento do e-commerce da Zaxy, por exemplo, houve um crescimento superior a 500% nas vendas pela internet em comparação ao terceiro trimestre do ano passado.
Parceria Azaleia
Em setembro, a Grendene anunciou ao mercado o contrato de licenciamento com a calçadista Vulcabras para produzir e comercializar, com exclusividade, os produtos da Azaleia no Brasil e em qualquer outro país do mundo, exceto Chile, Colômbia e Peru. A parceria é válida por três anos, podendo ser renovada por um período adicional de mais três. “Ao incluirmos a Azaleia no nosso portfólio de marcas, ampliaremos a nossa relevância no segmento feminino, consolidando nossa posição como um dos principais players de calçados no Brasil e no mundo”, avalia Albuquerque.
Sobre a Grendene
Fundada em 1971, a Grendene é a maior exportadora de calçados do Brasil e uma das maiores produtoras mundiais. Detentora das marcas Melissa, Grendha, Zaxy, Rider, Cartago, Ipanema, Pega Forte e Grendene Kids possui tecnologia proprietária e exclusiva na produção de calçados para os públicos feminino, masculino e infantil.
Com cinco unidades industriais, distribuídas por Ceará, Bahia e Rio Grande do Sul e 11 fábricas, tem capacidade instalada para produzir 250 milhões de pares/ano. Por meio de representantes comerciais, distribuidores, exportações diretas e da subsidiária Grendene USA, Inc. (EUA), seus produtos alcançam 65 mil pontos de venda no Brasil e 20 mil fora do país. A Companhia conta ainda com showroom Melissa em Milão, três “Galeria Melissa” (São Paulo, Nova York e Londres). Em 2019, registrou lucro líquido de R$ 495 milhões.
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