A Associação Filhos do Pai Eterno (Afipe) comprou ao menos 106 propriedades rurais como fazendas, sítios e chácaras entre os anos de 2010 e 2019. Para as aquisições, a entidade criada pelo padre Robson de Oliveira Pereira, de 46 anos, gastou R$ 367,6 milhões neste período. As terras foram adquiridas principalmente em Goiás, onde vive o pároco, mas também há registros de compras em Mato Grosso e São Paulo.
As aquisições dessas terras foram negócios fechados, sobretudo, com pagamento à vista. De acordo com dados que constam em um relatório das movimentações financeiras da Afipe, que a Revista Época teve acesso, 99 fazendas foram quitadas em uma única parcela. Apenas sete propriedades rurais foram pagas a prazo.
A fazenda São Domingos, situada em Caiapônia, custou R$ 92,9 milhões e foi paga à vista pela Afipe.
A maioria das propriedades rurais da Afipe está em Trindade. Ao todo, a entidade adquiriu 68 áreas situadas no município. Metade dessas compras foram de glebas da Fazenda Forquilha. Para realizar esses negócios, a associação gastou R$ 163,6 milhões.
Segundo o Ministério Público de Goiás (MP), os valores aplicados nesses negócios foram provenientes de doações feitas pelos fiéis à Afipe. O Padre é suspeito de utilizar os recursos dos donativos para fins pessoais.
Para o MP, o pároco é suspeito de ter cometido crimes de apropriação indébita, lavagem de dinheiro, falsificação de documentos, sonegação fiscal e associação criminosa.
Em nota, a defesa do padre Robson afirmou que todos os negócios realizados pela Afipe foram feitos dentro da legalidade. E acrescentou que investimentos apresentaram bons resultados para a entidade.
Fonte: Revista Época
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