Um dos quatro advogados de defesa do agressor de Jair Bolsonaro (PSL) atuou em casos de grande repercussão, como o do goleiro Bruno e da missionária americana Dorothy Stang. O criminalista Zanone Manuel de Oliveira Junior afirmou que não conhecia Adélio Bispo de Oliveira, autor do ataque com uma faca durante evento de campanha em Juiz de Fora (MG), e que foi contratado por um religioso de Montes Claros.
“Uma pessoa ligada à igreja dos testemunhas de Jeová de Montes Claros me telefonou na quinta pedindo para eu pegar o caso”, disse o advogado.
Segundo ele, esse colaborador pediu anonimato e já pagou os trabalhos da defesa realizados até agora em Juiz de Fora. Ele não revelou valores.
“(Essa pessoa) conhecia o Adélio. Acho que fez por filantropia, acredite se quiser”, afirmou.
Zanone Junior e outros três defensores – Pedro Augusto de Lima Felipe e Possa, Fernando Costa Oliveira Magalhães e Marcelo Manoel da Costa – estiveram presentes na audiência de custódia realizada pela Justiça de Juiz de Fora ontem.
Durante a sessão, a juíza Patrícia Alencar Teixeira de Carvalho converteu a prisão de Adélio Oliveira de flagrante para preventiva. Em seu parecer, ela afirma que o próprio acusado admitiu sua participação no delito, sustentando motivação religiosa e divergência de opinião do plano político defendido por Bolsonaro.
Para justificar como o colaborador anônimo chegou até ele, o advogado Zanone Junior disse que é bastante conhecido na região de Montes Claros. Afirmou ser professor universitário e palestrante em cursinhos de preparo para concursos públicos. E afirmou que, como especialista em casos de homicídio, completou 1.038 juris na semana passada.
Até hoje, Zanone Junior atua no caso do goleiro Bruno Fernandes, acusado de matar a modelo Eliza Samudio, sua ex-amante. Zanone defende o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, condenado pelo assassinato. O advogado também atuou na defesa de Vitalmiro Bastos de Moura, o Bida, apontado como um dos mandantes da missionária americana Dorothy Stang.
Parentes de Adélio Oliveira em Montes Claros passaram a sexta-feira tentando estabelecer algum tipo de contato com os advogados. Eles sequer sabiam quem eram os defensores, tampouco como a defesa está sendo conduzida. A expectativa era de que os advogados pleiteassem uma transferência para uma unidade prisional mais próxima da cidade da família para dar algum suporte emocional ao acusado.
Fonte: Blog do BG
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