Homem que atirou em médica na Linha Vermelha estava a pé

Nova perícia, que simulou o crime, utilizou o próprio carro da vítima
Nova perícia, que simulou o crime, utilizou o próprio carro da vítima Foto: Urbano / Urbano Erbiste

Um dos responsáveis pela morte da dermatologista Gisele Palhares Gouvea, assassinada sábado passado na Linha Vermelha, estaria a pé na via expressa quando fez os disparos contra a Range Rover que era dirigida pela médica. A versão veio à tona ontem, quando a polícia fez a uma perícia complementar para tirar dúvidas sobre o crime. Durante a reprodução da cena do assassinato, em que foi usado o carro da vítima, um policial fez o papel de um dos bandidos e ficou a dez metros de distância do veículo de Gisele.
A Divisão de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF) já sabe que a médica foi assassinada com tiros de pistola calibre 9 milímetros. A arma é de uso restrito das Forças Armadas. Na perícia, foi constatado que quatro tiros acertaram o veículo da médica. Dois perfuraram a frente do veículo, um a lateral e um a traseira. Um dos disparos quebrou o vidro do motorista e acertou a cabeça de Gisele.
Durante a perícia, o policial que fez o papel do criminoso posicionou-se na lateral do carro. No momento em que a médica foi atingida, ela perdeu a direção do veículo. Desgovernado, o carro subiu um barranco de quase dois metros de altura e parou às margens da via expressa.
O delegado Giniton Lages, da DHBF, não divulgou conclusões nem esclareceu se o atirador desceu de algum veículo, que poderia ter sido usado para fechar o carro da vítima, ou se estaria escondido em um matagal. Mas ele considerou a perícia muito satisfatória.
— É sempre importante voltar à cena do crime. É fundamental coletar o maior número possível de provas técnicas, recolocar o veículo no local e tentar compreender a dinâmica — disse o delegado da DHBF.
Câmera distante 500 metros
A polícia inda não definiu o número de pessoas que participaram do crime. No entanto, a perícia dá a entender que seriam pelo menos duas.O delegado Giniton Lages também afirmou que o trecho da via expressa, onde o assassinato ocorreu, não dispõe de câmeras de monitoramento. A mais próxima fica posicionada no alto de um depósito de uma empresa,distante cerca de 500 metros do local.
A polícia confirmou apenas que câmeras posicionadas na Rodovia Presidente Dutra, que dá acesso a alça da Linha Vermelha, filmaram o carro da vítima.A DHBF não descartou nenhuma hipótese, mas as linhas de investigação mais seguidas são de de morte em tentativa de assalto ou crime de execução.


/extra.globo.com

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