Transferência de bandidos do PCC para outros Estados desencadeou a onda de ataques a ônibus e delegacias em Fortaleza

Cinco ônibus e uma van foram incendiados na última quarta-feira em Fortaleza.
A Secretaria da Justiça e da Cidadania (Sejus) do Ceará começou, sigilosamente, a transferir para presídios federais de segurança máxima de outros estados, os líderes de facções criminosas que estavam cumprindo pena nas unidades penais da Grande Fortaleza. Este pode ter sido o motivo da reação dos bandidos, que iniciaram uma sequência de atentados na Capital.

A transferência dos criminosos ligados às facções PCC (Primeiro Comando da Capital) e CV (Comando Vermelho) foi uma das “saídas” encontradas pelo governador Camilo Santana (PT) para tentar barrar o alastramento do crime organizado no Ceará.

Ameaçado pelas facções, caso instalasse bloqueadores de sinal de celular nos presídios locais, Camilo teria obtido, em Brasília, o apoio do Governo federal para as transferências. Isso teria ficado acertado quando da visita a Fortaleza do então ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo.

Um dos primeiros bandidos transferidos para os presídios federais foi o traficante de drogas Francisco de Assis da Costa Li,a o “Big Big”, bandido considerado de latíssima periculosidade que, além de traficar drogas na região do bairro Serrinha, em Fortaleza, seria o mandante de, pelo menos, 10 assassinatos. Ele foi preso numa operação da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) com o apoio da Divisão de Combate ao Tráfico de Drogas (DCTD).

Outros criminosos ligados às facções estariam para ser transferidos nas próximas horas, o que teria desencadeado a ação violenta nas ruas de Fortaleza, que começou na manhã de quarta-feira passada com atentados contra ônibus. Já na manhã de quinta-feira, a fachada de um prédio da Secretaria da Justiça e da Cidadania (Sejus), no Centro, foi metralhada.

E na noite passada, pelo menos, duas delegacias da Polícia Civil, em Fortaleza, foram alvos de atentados, com tiros disparados por bandidos ainda não identificados, As fachadas do 19º DP (Conjunto Esperança) e do 27º DP (João XXIII) ficaram destruídas.


Fonte: Blog do Jornalista Fernando Ribeiro

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