Simplício quer uma CPI e investigações do MP e da CGD sobre atividades da Coin.
O Sindicato dos Policiais Civis do Ceará (Sinpol) ameaça ingressar na Assembleia Legislativa do Estado com um pedido de instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) e a intervenção do Ministério Público e da Controladoria Geral de Disciplina (CGD) para investigar as atividades da Coordenadoria de Inteligência (Coin), órgão investigativo subordinado diretamente ao gabinete do secretário da Segurança Pública e Defesa Social.
O motivo, segundo o presidente da entidade, Gustavo Simplício, seriam “ilegalidades” que vêm sendo praticadas pela Coin, exercendo atividades de investigações criminais civis e, muitas vezes, segundo o sindicalista, interferindo e prejudicando o trabalho da Polícia Civil, “numa clara ilegalidade”.
A motivação dessa atitude do Sinpol veio após mais um incidente nas ruas envolvendo agentes da Inteligência da SSPDS e policiais civis em operação de combate ao crime. Na noite de segunda-feira passada (7), inspetores da Denarc foram atacados a tiros pelos agentes da Coin quando realizavam uma operação que resultou na prisão de um policial militar na Serrinha, suspeito de comandar o tráfico de drogas naquele bairro da Capital.
Segundo Gustavo Simplício, os agentes da Inteligência dispararam suas armas contra os inspetores da Delegacia de Narcóticos (Denarc), que faz parte da Divisão de Combate ao Tráfico de Drogas (DCTD). Por muito pouco, segundo ele, não houve mortes.
Na operação, um subtenente da PM, identificado somente como Da Silva, que seria da Reserva Remunerada (RR), acabou sendo preso em flagrante quando dirigia um táxi onde os inspetores encontraram cerca de 16 quilos de maconha prensada. Além do sub-oficial, outro homem e duas adolescentes foram também capturados, o que caracterizou a ação de uma quadrilha do tráfico. Duas armas de fogo (uma pistola Ponto 40 e um revólver calibre 357) também foram encontradas em poder do grupo.
Ilegalidades
“Eles atiraram contra os policiais civis, mas os inspetores já tinham reconhecido o pessoal da Coin e, por muito pouco não aconteceu o pior, isto é, policiais matando policiais. Tivemos ali um confronto entre Polícia legal e Polícia ilegal. Queremos uma CPI e uma investigação do Ministério Público e da Controladoria (de Disciplina) porque queremos saber o porquê e quem mandou a Coin para lá, o que eles foram fazer lá? Estavam sabendo da operação da Polícia Civil? E isto foi através de escuta?”
Conforme o presidente do Sinpol, algumas indagações devem ser respondidas. “Como eles souberam de uma operação sigilosa da Denarc?, o que eles foram fazer lá exatamente no momento em que um PM estava sendo preso? Qual é essa bola de cristal que eles têm que sabem das ações de investigação da Polícia Civil?”
De acordo com o Sinpol, as atitudes ilegais da Coin são do conhecimento e autorizadas pelo secretário da Segurança Pública do Estado, delegado federal Delci Teixeira. “Queremos uma explicação e uma apuração de tudo isso”, disse Simplício.
A SSPDS não se pronunciou sobre o incidente.
FONTE: blogdofernandoribeiro.com.br
0 Comentários