Jovem morre após passar mal em academia e família confirma uso de medicamentos anabolizantes




Em entrevista à TV Bahia, os pais mostraram dois frascos de medicamentos usados pela vendedora: oxandrolone e stanozoland stanozolol, conhecidos como anabolizantes. A mãe da jovem, Valdinete Avelino, contou que ela pediu desculpas antes de morrer. "Eu fiquei triste porque não consegui ir vê-la, porque não me chamaram logo. Disseram que ela falou 'diga a mainha e painho que me perdoem', porque a gente reclamava com ela dessa medicação, que não era pra ela tomar", contou. Ainda segundo Valdinete, Jéssica malhava há muito tempo e já tinha tido um surto semelhante ao que aconteceu ontem. "Ela tomou uma vez, ficou em surto, como quem ia morrer", lembrou. Afastada da academia O corpo de Jéssica foi enterrado às 16h desta quarta-feira (28), no Cemitério da Ordem Terceira de São Francisco. Mais de 100 pessoas, entre parentes e amigos, compareceram ao enterro. Durante o velório, a mãe de Jéssica, Valdinete, contou ao CORREIO que a filha malhava há alguns anos. "Tinha muito tempo que ela malhava. Era uma menina muito alegre, muito querida, com muitos amigos e muito carinhosa. Ela ia todos os dias (para a academia). Gostava muito de malhar e se esforçava muito. Era muito bonita e muito vaidosa". Nos últimos tempos, inclusive, Jéssica chegou a deixar de ir à academia por alguns dias para fazer exames, segundo Valdinete. "Não vou mentir que ela ficou uns tempos sem ir, mas não ficou afastada. Foi coisa de duas, três semanas para ela fazer um check-up. Os exames não deram nada", contou. Valdinete disse ainda que chegou a aconselhar a filha para deixar de usar medicamentos. "Eu conversava com ela e ela dizia que (tomar medicamento) era normal, que não fazia mal nenhum", completou. Já o tio da jovem, o técnico de operação Vinicius Lago Avelino, 36, contou que ela não estava usando mais medicamentos. "Ela não estava usando mais nada porque queria emagrecer. A gente não sabe como ela comprou o medicamento, mas ela não usava há um tempo. O frasco está pela metade porque ela não estava mais usando", disse, sem especificar há quanto tempo a jovem tinha parado com os remédios. Uma prima da vítima que não quis se identificar contou que uma amiga da academia viu Jéssica cair duas vezes na aula, na noite em que morreu. Na primeira vez, bateu o queixo, levantou e voltou pra aula. Depois, caiu de novo e foi socorrida. "Era uma pessoa religiosa, evangélica. Muito carinhosa, dedicada à família. Não sei se isso de medicamento foi alguma influência de amigos ou da academia. Mas, como a amiga disse que ela caiu duas vezes, achei negligência da academia", afirmou a prima. Academia A academia On Shape, onde aconteceu o incidente, divulgou uma nota lamentando a morte da jovem. "É com grande pesar que a direção comunica aos alunos que nesta quarta-feira 28/06, a academia não irá funcionar, em memória do falecimento de uma aluna", diz uma publicação no Facebook. Segundo Paulo Cesar Vieira Lima, presidente do Conselho Regional de Educação Física/ Seccional Bahia, a academia está totalmente regularizada e todos os profissionais têm credenciamento legal. "Há aproximadamente 15 dias o local foi fiscalizado", disse ele ao CORREIO. Ainda de acordo com Paulo, apenas um laudo médico poderá indicar se alguma medicação motivou a morte de Jéssica. "Não consegui falar ainda com o dono da academia. O que soubemos é que a menina passou mal durante a atividade, foi levada para o posto médico e morreu. Não podemos dizer se ela tomou algo. Não sei se é verdade. Precisamos do laudo médico para saber o que aconteceu", completou. Obreira da Universal Jéssica era a mais velha de duas filhas. Assim como o restante de sua família, a jovem era natural de Catu, no Recôncavo baiano. No entanto, a família veio para Salvador há 20 anos e sempre morou no bairro de Tancredo Neves. Segundo a família, Jéssica trabalhava como vendedora de cintas modeladoras. "Ela já estava aqui há uns três anos. Era uma pessoa maravilhosa. Não tinha quem não gostasse dela aqui", disse a vendedora Juci Souza, 28, que era colega de trabalho de Jéssica. Evangélica, Jéssica ainda era obreira na Igreja Universal do Reino de Deus no bairro de Tancredo Neves. "Era um amor de pessoa. Aonde ia, fazia amizade. Era muito presente no dia a dia da igreja", contou uma jovem que conheceu Jéssica na igreja e não quis se identificar.

Fonte: Cariré em Revista

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