INÁCIO E FAMÍLIA SÃO LEVADOS À PF COM FERIMENTOS APÓS TUMULTO COM PMS


  • O secretário de Ciência e Tecnologia do estado do Ceará, Inácio Arruda (PCdoB), a filha, Nara Arruda, uma amiga dela e a mulher, Terezinha Braga, foram levados à Polícia Federal emFortaleza após uma confusão neste domingo (2) no IFCE. De acordo com o advogado André Brayner, que testemunhou a confusão, Inácio e a família foram agredidos após uma abordagem violenta de policiais militares.
    Na sede da PF, Inácio Arruda disse que a confusão começou quando uma equipe de policiais tentou pegar a mochila de uma jovem que estava junto com Nara Arruda no IFCE. Suspeitando que as jovens estivessem fazendo boca de urna, os PMs arrancaram à força a bolsa e deram voz de prisão.
    Inácio foi chamado e ao chegar no local viu sua filha e a amiga sendo conduzidas. O secretário tentou questionar e evitar a prisão, mas acabou sendo agredido com uma gravata por um dos agentes. A mulher de Inácio também foi agredida.
    "Um dos policiais praticou violência, evidentemente que outros tinham que agredir, eles tinham que fazer o mesmo tipo de violência. Não é porque eles não abriram a bolsa, é porque eles queriam dar uma voz de prisão e vai ter que ser preso de qualquer jeito, nem que eu leve você na marra. Tem que acabar com esse tipo de loucura", relatou Inácio Arruda, após prestar depoimento à Polícia Federal.
    Marcas de agressão
    A Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social afirmou que apura a denúncia de excesso por parte dos policiais. "A SSPDS recebeu, via Coordenadoria Integrada de Operações de Segurança (Ciops), denúncia de possível boca de urna próximo do IFCE, em Fortaleza. Policiais militares que atenderam a ocorrência conduziram três pessoas à sede da Polícia Federal. A SSPDS informa ainda que as denúncias de excesso por parte dos policiais serão apuradas", diz a nota.

    Segundo relatos de testemunhas, policiais militares tentaram verificar o conteúdo da bolsa de uma garota amiga da filha de Inácio Arruda; ela resistiu à vistoria e houve um princípio de tumulto. Ainda segundo testemunhas, Inácio interveio em defesa da garota, quando houve uma reação dos policiais e uma confusão entre eles.
    As duas garotas, a filha do secretário e amiga, chegaram à sede da Polícia Federal na tarde deste domingo (2) com roupas rasgadas, ferimentos no corpo e uma delas com o olho roxo. Inácio Arruda também apresentava manchas de sangue na roupa e sua mulher estava com os braços cortados.
    Em entrevista após prestar depoimento na PF, ele afirmou que o sangue é da mulher. "Ela foi agredida, me enforcaram, é esse tipo de violência estúpida que a gente tem que acabar", disse.
    O secretário disse ainda que vai entrar com uma ação contra a Polícia Militar na Corregedoria Geral de Disciplina, Ministério Público e os demais órgãos de controle do estado. "Queremos fazer essa denúncia pos fomos violentados. Se fazem isso com um secretário de estado, imagina o que são capazes de fazer com as pessoas simples da periferia", ressaltou.
    O superintendente da Polícia Federal, delegado Delano Cerqueira Brunn, afirmou que ouve Inácio e os familiares, além dos policiais envolvidos no tumulto.
    "A análise está sendo feita pelo delegadop responsável. Ele irá fazer uma averiguação preliminar para verificar o que aconteceu e se houve nou não crime eleitoral e se houve algum abuso. Essa análise é feita de maneira muito técnica e imparcial, que adotará todo rigor que o caso requer".
    Os policiais militares que participaram da ocorrência e estiveram na Polícia Federal preferiram não conceder entrevista.
    Inácio Arruda teve blusa manchada de sangue da mulher (Foto: Valdir Almeida/G1)
    Inácio Arruda é levado à sede da PF (Foto: Valdir Almeida/G1)Inácio Arruda é levado à sede da PF (Foto: Valdir Almeida/G1)
    Secretário de Estado Inácio Arruda e a filha relatam que foram agredidos por policiais. Eles foram levados à sede da Polícia Federal (Foto: Valdir Almeida/G1)Secretário de Estado Inácio Arruda e a filha relatam que foram agredidos por policiais. Eles foram levados à sede da Polícia Federal (Foto: Valdir Almeida/G1)Fonte: G1.globo.com

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