POLÍCIA OUVE FAMILIARES DE CASEIRO QUE ESTUPROU E MATOU CRIANÇA NO CEARÁ

Rakelly (Foto: Arquivo Pessoal)
Rakelly foi encontrada morta dentro de uma cacimba no município de Itaitinga (Foto: Arquivo Pessoal)

A Polícia Civil do Ceará ouviu na tarde de ontem quinta-feira (29), familiares do caseiro José Leonardo Vasconcelos Gracindo de 33 anos, conhecido como “Zé”, réu confesso de assassinar Rakelly Matias Alves, de oito anos. Segundo a delegada Socorro Portela, titular da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), os depoimentos foram colhidos na Delegacia Regional de Sobral, Região Norte do Estado. No total, quatro pessoas foram ouvidas.
Socorro Portela ouviu dois irmãos do caseiro, um deles morava no sítio onde ocorreu o crime, além da esposa e o filho do caseiro. O irmão que morava no sítio informou a Polícia Civil que não viu Rakelly no local no dia do crime e negou qualquer participação no fato. Ele passou ainda por exame de corpo de delito, além de fornecer material genético para análises.
A esposa também afirmou não ter visto Rakelly no sítio no dia do crime. O filho de onze anos, foi ouvido na presença do Conselho Tutelar. Conforme Socorro Portela, os depoimentos são necessários para a continuidade das investigações e a conclusão do inquérito, que tem o prazo de dez dias para ser remetido ao Poder Judiciário.
Prisão preventiva
O juiz Edísio Meira Tejo Neto, que responde pela Vara Única da Comarca de Itaitinga, na Grande Fortaleza, decretou na terça-feira (27) a prisão preventiva do caseiro José Leonardo de Vasconcelos Graciano.
A menina Rakelly Matias Alves foi encontrada morta no último dia 24, dentro de uma cacimba no sítio em que morava. Ela estava desaparecida desde o dia 21. O caseiro foi preso em flagrante no dia 24 e confessou a autoria do crime. A conversão da prisão em flagrante para preventiva foi pedida pelo Ministério Público do Ceará.
Na decisão, o juiz afirma que “a segregação do acusado [José] é indispensável à garantia da ordem pública e da credibilidade da Justiça, posto que foram praticados três crimes bárbaros distintos, quais sejam estupro de vulnerável, homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver”. Também destacou que os crimes “chocaram bastante o meio social e trouxe grande sensação de insegurança e vulnerabilidade a toda comunidade”.
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Segundo ele, nos autos estão “claramente” presentes os requisitos legais indispensáveis à prisão cautelar. “Entendo que a confissão do acusado, aliado ao depoimento dos policiais civis e testemunhas, bem como diante da própria situação em que realizada prisão, são aptos ao reconhecimento dos indícios de autoria no caso”.
Para o promotor Luís Bezerra Lima Neto, autor do pedido, as circunstâncias da morte de Rakelly Matias Alves chocaram o meio social e colocaram em cheque a ordem pública “trazendo potencial sensação de insegurança e vulnerabilidade da comunidade”.
“Os elementos de provas já produzidos no inquérito policial apontam que a vítima foi abusada sexualmente pelo seu ofensor e brutalmente assassinada. O corpo somente foi achado três dias após a prática do delito. Inegavelmente houve abalo no equilíbrio social, com reflexos negativos na vida de pessoas comuns que a tudo acompanham incrédulas. Não há como se negar à imprescindibilidade da decretação da prisão para a garantia da ordem pública”, argumenta.
“O modus operandi empregado para a prática dos delitos tem requintes de crueldade, frieza e perversidade. Os fatos praticados acentuaram o sentimento de impunidade, impondo ao Poder Judiciário o dever de resgatar a tranquilidade de uma coletividade consternada e garantir a credibilidade da Justiça, por meio da segregação cautelar do flagrado”, completa.
Perícia
Polícia Civil realizou já realizou uma perícia no sítio onde ocorreu o crime. De acordo com Socorro foi realizada uma perícia detalhada dentro do poço onde a criança foi achada.
“Realizamos uma perícia bem estudada dentro do poço, local onde a menina foi encontrada sem vida. Em depoimento, ele falou que a colocou em um saco. Encontramos alguns materiais que comprovaram tudo que ele nos relatou em depoimento”, disse a delegada.
A polícia ficou no local por cerca duas horas. Policiais isolaram a área durante os trabalhos.  De dentro do poço a perícia coletou um saco que possivelmente foi usado para colocar o corpo da garota. Segunda a delegada, uma perícia rápida feita no local, alguns cabelos foram encontrados no saco que leva a acreditar que foi o saco utilizado pelo caseiro para esconder o corpo. Ainda de acordo com Socorro foi achado uma corda que acredita-se que foi utilizada para amarrar o saco.
Caseiro confessa crime
O caseiro confessou à polícia que estuprou e estrangulou a meninaencontrada morta no sábado, após três dias desaparecida. O homem trabalhava em um sítio vizinho à casa da garota e jogou o corpo em um poço da propriedade. Na segunda-feira (26), Socorro Portela divulgou o teor do depoimento prestado no sábado pelo caseiro.
Segundo a delegada, a menina foi sufocada e abusada sexualmente pelo caseiro, de 33 anos. Portela também informou que ele a matou com objetivo de esconder o estupro. Além disso, segundo a delegada, a criança gritou e pediu para o homem parar.
“Ele disse que matou para esconder, porque não tinha como esconder aquilo e aquele abuso. Ele falou que tinha amordaçado a criança. A criança gritou, mas ele falou que não foi muito alto. Ela pediu para ele parar, chorou e tentou sair daquela situação”, disse a delegada.  Segundo a delegada, assim que a menina chegou ao sítio, foi imobilizada com um golpe, estrangulada e foi violentada mais de uma vez.
 FONTE: G1-CE

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