Mulheres aproveitam visitas para traficar entorpecentes

                     
SOMENTE neste mês de julho, três mulheres foram presas tentando traficar drogas para presos da Casa de Custódia









Pelos menos cinco mulheres, somente no mês de julho, foram flagradas tentando entrar em unidades prisionais do Piauí transportando objetos proibidos e/ou entorpecentes escondidos nas partes íntimas. A Secretaria Estadual de Justiça do Piauí (Sejus) informou que está fazendo um levantamento de quantas pessoas foram presas neste ano cometendo esse tipo de crime. O último caso registrado aconteceu na última quinta-feira (21), quando uma mulher tentou entrar na Casa de Custódia de Teresina com 105 gramas de maconha.
Segundo o diretor da Diretoria da Unidade de Administração Penitenciária (DUAP), Enemésio Lima, existe uma preocupação com essas ocorrências e a Sejus está reforçando os mecanismos de segurança para, trabalhando na repressão e prevenção, coibir a entrada de objetos ilícitos. "Além da capacitação dos agentes penitenciários e da implantação de procedimentos mais rígidos de revista a visitantes, estamos investindo em tecnologia, com detectores de metal, que barram a entrada de aparelhos celulares e baterias e aparelhos de raios X, que vistoriam os produtos levados pelas visitas", explicou.
Neste mês, cinco mulheres três na Casa de Custódia e duas na Penitenciária de Esperantina foram presas após a vistoria ter constado que elas estavam tentando entrar nas unidades portando objetos ilícitos.
"Tivemos algumas ocorrências assim, só que neste mês o número aumentou e chamou a atenção pelo curto espaço de tempo. As agentes percebem pela inquietação e o nervosismo delas, normalmente não são familiares do preso, já que a mãe não costuma se submeter a isso e, geralmente, quer é que o filho se socialize e largue o vício", informa Enemésio Lima.
O diretor também informou que acredita existir um mercado por trás desse tipo de tráfico. "Normalmente são pessoas pagas para essa finalidade, que dizem ser namoradas ou terem uma união estável com o preso para poderem ir visitá-lo e entrar na unidade com a droga escondida", completou.
Ocorrências desse tipo são mais comuns na Casa de Custódia e na Penitenciária de Vereda Grande, em Floriano, a 244 Km da capital. "Nas unidades que ficam em Altos e São Raimundo nunca foi registrada a entrada de drogas ou outros objetos proibidos e em Vereda grande esse problema também não existe mais. Aqui estamos trabalhando para erradicar", pontua Enemésio Lima.
Além de tornar o processo das vistorias das visitas mais rígido, a Sejus também está intensificando as vistorias nos presídios, por meio da atuação do Grupo de Intervenção Prisional, Comando de Operações Prisionais e do trabalho dos agentes penitenciários e policiais militares.
Na última vistoria realizada na Casa de Custódia, agentes penitenciários encontraram mais de 80 armas de fabricação artesanal dentro das celas de apenas dois dos oito pavilhões da unidade. Além das armas, foram encontradas drogas, celulares e baterias em posse dos detentos.
Apesar do reforço nas vistorias, o Sindicato dos Agentes Penitenciários (Sinpoljuspi) acredita que é necessário aumentar o número de agentes. "A quantidade que se tem hoje dá mal para realizar as atividades diárias da Casa de Custódia. Para ter um reforço na segurança é necessário aumentar a quantidade de agentes. Para se ter uma ideia, essas vistorias nos pavilhões acontecem de forma espaçada, nesse meio tempo os presos encontram meios de se organizar", afirma Kleiton Holanda, diretor sindical.
CONCURSO - Desde o ano passado a Sejus vem planejando um concurso público para agente penitenciário. Contudo, a seleção não irá ofertar vagas para aprovados e classificados, sendo apenas para cadastro de reserva do cargo.
A decisão de não ofertar um número de vagas e optar por cadastro de reserva é uma orientação da Procuradoria Geral do Estado e da Secretaria de Administração para que o governo chame os profissionais aprovados de acordo com a necessidade da Sejus e as condições financeiras do Estado.

A informação contraria um acordo feito com o Sinpoljuspi. "O governo apresentou o projeto do concurso informando que seriam 150 vagas e agora não quer se comprometer com esse número. Enquanto as unidades prisionais do estado estão superlotadas, o déficit de agentes penitenciários é de 2 mil agentes", finalizou Kleiton Holanda.

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